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Israel ordena esvaziamento parcial de Khan Yunis, onde acredita que há líderes do Hamas

Grupo terrorista acusou o governo israelense de tentar transferir à força dezenas de milhares de pessoas para Rafah

Guerra em Israel: ataques do Hamas começaram em 7 de outubro no sul do país (Etienne De Malglaive/Getty Images)

Guerra em Israel: ataques do Hamas começaram em 7 de outubro no sul do país (Etienne De Malglaive/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 24 de janeiro de 2024 às 17h30.

Última atualização em 24 de janeiro de 2024 às 17h53.

O Exército de Israel ordenou, nesta quarta-feira, 24, o esvaziamento parcial da cidade de Khan Yunis, situada no sul da Faixa de Gaza e epicentro dos combates no enclave.

Testemunhas relataram disparos de helicópteros militares israelenses em torno da cidade, onde Israel diz que os líderes do grupo terrorista Hamas estão escondidos.

Segundo a ONU, o Exército israelense ordenou que sejam esvaziados vários setores de Khan Yunis, onde vivem 88 mil habitantes e cerca de 425 mil pessoas deslocadas pela guerra.

O Hamas acusou nesta quarta-feira Israel de tentar transferir à força "dezenas de milhares de pessoas" de Khan Yunis para Rafah, na fronteira com o Egito. Rafah também sofre com os combates e, nesta quarta-feira, homens e mulheres prestaram homenagem aos seus familiares mortos nos bombardeios e os colocaram diretamente no chão em frente ao necrotério.

Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, os hospitais receberam 125 corpos durante a noite e o governo do grupo terrorista falou em "mais de 200 mortos". A Organização Mundial da Saúde lamentou nesta quarta-feira uma situação "catastrófica e indescritível" nos hospitais de Khan Yunis, enquanto o Crescente Vermelho palestino afirmou que há intensos ataques ao redor do hospital Al-Amal, uma das zonas que Israel pediu para evacuar.

Na terça-feira, 23, o Exército de Israel anunciou que havia cercado Khan Yunis e "aprofundado as operações na área", local cujos túneis os militares israelenses acreditam que tenham líderes do Hamas escondidos.

Israel tem agora como prioridade encontrar o líder do Hamas dentro de Gaza, Yahya Sinwar, e o chefe militar, Mohamed Deif, considerados os autores intelectuais do ataque de 7 de outubro em solo israelense, que terminou com mais de 1,2 mil mortos e mais de 240 raptados.

As tropas também procuram ali alguns dos 136 reféns que permanecem no interior do enclave, por suspeitarem que possam estar escondidos sob os túneis daquela cidade, depois de terem encontrado há poucos dias um extenso túnel com indícios de que israelenses tinham sido detidos no local.

Israel teve maior baixa desde o início da guerra

Vinte e um reservistas de Israel morreram na região de Khan Yunis quando foram surpreendidos, na segunda-feira, 22, por um foguete antitanque enquanto colocavam explosivos em dois edifícios para demoli-los. Com a morte de outros três soldados em um incidente separado, Israel sofreu o pior número de perdas diárias entre as suas tropas desde o início da ofensiva terrestre em Gaza, no final de outubro.

Mais de 200 pessoas compareceram ao funeral em Jerusalém de um dos soldados, Hadar Kapeluk, cujo caixão estava coberto pela bandeira azul e branca de Israel. "Neste dia, nesta guerra, todos queremos unir-nos como um só coração", declarou Ariel Chen morador da cidade, que compareceu à cerimônia.

Segundo o chefe do Estado-Maior israelense, os soldados mortos tinham a missão de "criar as condições de segurança necessárias" para o retorno dos israelenses que viviam perto de Gaza.

Na frente diplomática, uma delegação do Hamas está no Cairo, no Egito, desde terça-feira, 23, para "discutir com o chefe da Inteligência egípcia uma nova proposta de cessar-fogo", segundo uma fonte próxima às negociações.

Brett McGurk, conselheiro do presidente americano para o Oriente Médio, também esteve no Cairo na terça-feira para discutir uma "pausa" nas hostilidades e a libertação de reféns, segundo Washington. Segundo John Kirby, porta-voz da Casa Branca, há "negociações muito sérias" para buscar outro acordo sobre os reféns.

Até agora, o governo do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, se opõe a qualquer cessar-fogo.

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