Trégua em Gaza: Israel considera acordo político no Líbano, segundo fontes (David Silverman/Getty Images)
Agência de Notícias
Publicado em 28 de outubro de 2024 às 15h21.
A delegação de Israel em Doha está dando sinais positivos de que uma possível trégua na Faixa de Gaza também poderia levar ao fim das hostilidades e a um “acordo político” no Líbano, disseram fontes familiarizadas com as negociações na capital do Catar.
“O chefe do Mossad, David Barnea, está tomando medidas para tentar conectar as duas arenas (Gaza e Líbano) e se beneficiar dos ganhos estratégicos no confronto com o Hezbollah”, disseram as fontes sob condição de anonimato.
Essas mesmas fontes acrescentaram que Israel está considerando chegar a “um acordo político” na fronteira norte - presumivelmente relacionado à Resolução 1701, que encerrou a guerra de 2006 no Líbano - “além de um acordo” para libertar os reféns mantidos pelo grupo islâmico Hamas em Gaza.
De acordo com as fontes, os mediadores estão “otimistas” em relação à receptividade da delegação israelense nessa nova rodada de negociações, e indicaram que outras reuniões serão realizadas nos próximos dias para discutir “os detalhes da implementação do acordo”.
A principal proposta sobre a mesa é a anunciada ontem, domingo, pelo presidente do Egito, Abdelfatah Al Sisi, que propôs um cessar-fogo de 48 horas, durante o qual quatro reféns israelenses serão libertados para “reconstruir a confiança entre os mediadores e Israel”.
Al Sisi também indicou que, dez dias após a implementação dessa trégua temporária, a possibilidade de parar a guerra na Faixa de Gaza seria negociada.
“Se as conversas forem bem-sucedidas, negociações ampliadas poderão ser realizadas nos próximos dias na capital egípcia, Cairo, com a participação do chefe da inteligência egípcia, Hasan Mahmoud Rashad”, acrescentaram as fontes.
Até o momento, os informantes dizem que as negociações em Doha estão sendo frutíferas e a intenção é “realizar uma cúpula quadripartite (Israel, Catar, Estados Unidos e Egito) para estabelecer um roteiro”.
Após o assassinato do líder do Hamas, Yahya Sinwar, os mediadores - especialmente os EUA - pediram que se aproveitasse a oportunidade para conseguir uma trégua em Gaza, enquanto o Hezbollah reiterou seu compromisso de interromper os ataques contra Israel assim que a guerra no devastado enclave palestino terminar.