Presidente palestino, Mahmoud Abbas, na Cisjordânia (REUTERS/Mohamad Torokman)
Da Redação
Publicado em 30 de setembro de 2015 às 17h15.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, acusou Israel nesta quarta-feira de sabotar os esforços dos Estados Unidos para mediar a paz e disse que as operações de segurança israelenses na mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, podem levar a uma guerra religiosa.
Discursando na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) antes de uma cerimônia de hasteamento da bandeira palestina na sede da ONU em Nova York, Abbas afirmou que a Autoridade Palestina não se considera mais na obrigação de respeitar os acordos assinados com Israel em meados da década de 1990.
Repetindo o que a Autoridade Palestina vem dizendo há pelo menos meia década, Abbas disse que os acordos não irão se aplicar enquanto o Estado judeu apoiar os assentamentos de israelenses na Cisjordânia e se recusar a libertar prisioneiros palestinos.
“Todos vocês estão cientes de que Israel minou os esforços do governo do presidente (norte-americano), Barack Obama, nos últimos anos, mais recentemente os esforços do secretário de Estado dos EUA, John Kerry, com vistas a obter um acordo de paz através de negociações”, declarou Abbas à Assembleia de 193 nações.
Ele ainda elogiou as iniciativas francesas para ressuscitar as negociações de paz, atualmente interrompidas, e pediu um governo de união nacional que una as várias facções da política palestina.
“Estamos determinados a preservar a unidade de nossa terra e nosso povo”, disse o mandatário. “Pretendemos formar um governo de união nacional que funcione de acordo com o programa da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), e pretendemos realizar eleições presidenciais e legislativas”.
O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse em resposta que o discurso de Abbas era "enganoso e estimula o incitamento e a ilegalidade no Oriente Médio".
Embora a Palestina não seja membro da ONU, a Assembleia-Geral adotou uma resolução formulada pelos palestinos que permite que Estados não-filiados na condição de observadores hasteiem suas bandeiras ao lado daquelas dos países-membros. A Autoridade Palestina e o Vaticano são os únicos Estados não-filiados observadores na ONU.