Juan Manuel Santos: governo de Duque soube da decisão do ex-presidente "poucos dias antes" de ele terminar seu mandato (Carlos Julio Martinez/Reuters)
EFE
Publicado em 9 de agosto de 2018 às 16h22.
Bogotá - O embaixador de Israel na Colômbia, Marco Sermoneta, se reuniu nesta quinta-feira com a vice-presidente do país em Bogotá, Marta Lucía Ramírez, que assumiu o cargo na terça-feira, e transmitiu a preocupação da nação judaica com o reconhecimento feito pelo governo anterior da Palestina como um Estado "livre, independente e soberano".
Sermoneta transmitiu a preocupação do governo de Israel frente ao que "significa uma mudança de fundo na doutrina da política externa colombiana e que sempre manteve uma relação privilegiada e de cooperação com Israel", detalhou a vice-presidência em comunicado.
Marta Ramírez ouviu os argumentos de Sermoneta, "reconheceu a importância estratégica da relação com Israel" e se comprometeu a transmitir ao presidente Iván Duque e ao chanceler, Carlos Holmes Trujillo, a preocupação do governo israelense.
Em carta datada de 3 de agosto, a ex-ministra de Relações Exteriores da Colômbia María Ángela Holguín, que deixou seu cargo na terça-feira, informou ao chefe da diplomacia palestina, Riad Malik, de sua decisão.
"Temos consciência das dificuldades e dos sofrimentos que a população palestina enfrentou. Também reconhecemos que, para a construção gradual de seu Estado, a unidade da nação palestina é um imperativo e esperamos que continuem sendo dadas as condições internas para superar os desafios", diz o texto.
Nesse sentido, Trujillo reiterou hoje aos jornalistas que o governo de Duque soube da decisão "poucos dias antes" de o ex-presidente Juan Manuel Santos terminar o seu mandato.
"Em tal virtude e em relação a possíveis omissões que poderiam ter ocorrido pela forma como se deu esta decisão do presidente em fim de mandato, o governo também reitera que examinará cuidadosamente as suas implicações e agirá segundo o direito internacional ", explicou Trujillo.
Além disso, o chanceler enfatizou que, para o governo colombiano, "é prioritário manter as relações de cooperação com seus aliados e amigos e o compromisso de contribuir, como sempre fez, para a paz e a segurança internacionais".
Finalmente, Trujillo informou que o governo convocará "o mais rápido possível" a Comissão de Assessoria de Relações Exteriores para tratar do caso.