Israel: O Ministério da Saúde do Hamas anunciou que 150 pessoas morreram nas últimas 24 horas em todo território
Agência de notícias
Publicado em 31 de janeiro de 2024 às 10h52.
Última atualização em 31 de janeiro de 2024 às 10h53.
Khan Yunis, no sul de Gaza, é cenário nesta quarta-feira, 31, de combates violentos entre o Hamas e o Exército de Israel, que admitiu ter começado a inundar túneis do movimento islamista palestino, um dos grandes alvos táticos da guerra.
Os países mediadores intensificam os esforços para obter uma nova trégua, quase quatro meses após o início da guerra, em 7 de outubro.
Durante a noite, Khan Yunis, uma cidade praticamente destruída e que virou o epicentro da guerra, foi alvo de bombardeios e disparos de tanques.
O Ministério da Saúde do Hamas anunciou que 150 pessoas morreram nas últimas 24 horas em todo território.
Segundo o Exército israelense, 15 "terroristas" morreram na terça-feira em combates no norte da Faixa de Gaza e outros 10 no centro do território.
Israel admitiu na terça-feira que começou a inundar túneis cavados pelo Hamas em Gaza desde que o movimento tomou o poder, um labirinto de galerias que constituem uma armadilha para soldados israelenses e onde várias pessoas foram mantidas como reféns.
A extensa rede de túneis é uma obsessão para Israel, que justifica os bombardeios contra hospitais e outros edifícios civis por supostamente esconderem passagens subterrâneas.
Nesta quarta-feira, segundo testemunhas, tiros de artilharia atingiram o hospital Nasser de Khan Yunis, o maior do sul do território, que abriga milhares de refugiados.
"Abandonamos o hospital Nasser sem colchões, entre bombardeios e ataques aéreos. Não sabíamos para onde ir. Nós fomos abandonados à própria sorte", disse uma mulher que fugiu para Rafah, quase 20 quilômetros ao sul.
Na Faixa de Gaza, devastada e cercada por Israel, e que enfrenta uma grave crise humanitária, 1,7 milhão de palestinos fugiram de suas casas, segundo a ONU, de um total de 2,4 milhões de habitantes.
Com o avanço dos combates, muitas pessoas seguiram para o sul. Mais de 1,3 milhão de deslocados, segundo a ONU, estão aglomerados em Rafah, perto da fronteira fechada com o Egito.
As operações de ajuda aos civis da Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA) estão sob risco desde que Israel acusou vários funcionários do organismo de envolvimento no ataque de 7 de outubro.
Após as acusações, 13 países suspenderam o financiamento da UNRWA.
A guerra começou em 7 de outubro, quando milicianos do Hamas executaram um ataque sem precedentes em território israelense e mataram quase 1.140 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais divulgados pelas autoridades de Israel.
Como resposta, Israel prometeu "aniquilar" o grupo islamista e iniciou uma vasta operação militar que deixou 26.900 mortos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, governada pelo Hamas desde 2007.
Ao mesmo tempo, representantes dos Estados Unidos, Egito e Catar tentam convencer Israel e Hamas a aceitarem uma nova trégua, após a pausa de uma semana do fim de novembro que permitiu a libertação de mais de 100 reféns em Gaza em troca de 240 detentos palestinos que estavam em penitenciárias israelenses.
No total, 250 pessoas foram sequestradas em 7 de outubro. As autoridades israelenses afirmam que 132 reféns permanecem retidos e acredita que 29 morreram.
O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, que vive no Catar, viajará ao Cairo nesta quarta-feira, segundo uma fonte do movimento.
A delegação do Hamas deve ter uma reunião "com diretores do serviço inteligência egípcio", segundo a mesma fonte, para discutir a proposta de trégua apresentada em um encontro entre o diretor de inteligência dos Estados Unidos, William Burns, e autoridades do Egito, Israel e Catar.
O Hamas "insistirá no cessar total da agressão" israelense, "na retirada das forças de ocupação e no retorno dos deslocados ao norte da Faixa de Gaza", declarou a fonte, antes de destacar que o movimento descarta "qualquer proposta" de Israel sobre um "cessar-fogo parcial e temporário".
Israel não aceita um cessar-fogo antes da eliminação do Hamas, que considera uma organização terrorista.