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Israel fornece dados sobre Estado Islâmico, diz diplomata

País teria oferecido imagens de satélite e outros dados de inteligência para apoiar a campanha aérea liderada pelos EUA

Jato F-18C Hornet pousa no porta-aviões dos Estados Unidos George H.W. Bush, no mar do Golfo  (Hamad I Mohammed)

Jato F-18C Hornet pousa no porta-aviões dos Estados Unidos George H.W. Bush, no mar do Golfo (Hamad I Mohammed)

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Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2014 às 17h31.

Jerusalém - Israel ofereceu imagens de satélite e outros dados de inteligência para apoiar a campanha aérea liderada pelos Estados Unidos contra o Estado Islâmico no Iraque, informou um diplomata ocidental nesta segunda-feira.

Assim que as provas de sua origem israelense eram “apagadas”, muitas vezes as informações foram compartilhadas por Washington com aliados árabes e turcos, afirmou o funcionário.

O Ministério da Defesa de Israel nem confirmou nem negou o envolvimento em quaisquer esforços internacionais contra o grupo militante.

“Não comentamos qualquer assistência nossa, ou se existe tal assistência, na luta contra o Estado Islâmico”, disse o porta-voz do ministério, Yaacov Havakook.

A propagação do grupo sunita radical na Síria e no Iraque, seu contingente estrangeiro voluntário e a execução de dois jornalistas norte-americanos foram o estopim da intervenção militar das potências ocidentais.

Israel, temeroso de que o Estado Islâmico possa alcançar suas fronteiras e desejoso de reatar laços internacionais desgastados por suas políticas em relação aos palestinos, ofereceu-se para ajudar.

Satélites e Bases de Dados

O diplomata ocidental afirmou que satélites espiões israelenses, sobrevoando o Iraque em ângulos e frequências inacessíveis a satélites dos EUA, forneceram imagens que permitiram ao Pentágono “completar suas informações e fazer uma avaliação melhor dos danos do conflito” após os ataques a alvos do Estado Islâmico.

Israel também compartilhou dados obtidos de bancos de dados de viagens internacionais sobre cidadãos ocidentais suspeitos de se unirem aos insurgentes, que podem ser recrutas em potencial para atentados futuros em seus países de origem.

“Os israelenses são muito bons para obter dados sobre passageiros e na análise das mídias sociais em árabe para ter uma ideia melhor de quem são essas pessoas”, disse o diplomata, sob condição de anonimato.

Ressaltando a atuação de bastidores de Israel, o país não será um dos visitados pelo secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, nesta semana para a criação de uma coalizão anti-Estado Islâmico.

O ministro das Finanças israelense, Yair Lapid, membro do gabinete de segurança do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, declarou em uma conferência que Israel deveria “criar uma coalizão de sanidade” na qual a inteligência do país “seja parte do esforço regional" contra o Estado Islâmico, o grupo libanês Hezbollah e a Al Qaeda.

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