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Israel enterra vítimas de ataque em escola judaica francesa

A cerimônia foi marcada pela emoção e pelo chamado à firmeza contra o antissemitismo em todo o mundo

Os enterros causaram comoção em Israel
 (Gali Tibbon/AFP)

Os enterros causaram comoção em Israel (Gali Tibbon/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2012 às 16h18.

Jerusalém - Israel sepultou nesta terça-feira, em uma cerimônia marcada pela emoção e pela dor, as quatro vítimas da matança de segunda-feira em frente a uma escola judaica em Toulouse (sudoeste da França) com um chamado à firmeza contra o antissemitismo em todo o mundo.

Os funerais começaram pouco depois das 10h00 (05h00 de Brasília) no maior cemitério de Jerusalém, Har Hamenuhut (Monte do Descanso), no bairro de Givat Shaul, na entrada da cidade, diante de uma multidão calculada em 2.000 pessoas.

Uma multidão se reuniu ao redor dos corpos de Jonathan Sandler, de 30 anos e professor de religião judaica, de seus filhos Arieh (5 anos) e Gabriel (4 anos), e de Myriam Monsonego (de 7 anos), filha do diretor da escola.

"Hoje, todo Israel está de luto e chora a morte de crianças inocentes e de um pai dedicado", disse o vice-chanceler israelense, Danny Ayalon, ao receber o ministro francês das Relações Exteriores, Alain Juppé, que viajou especialmente de Paris para a cerimônia.

O chanceler francês, Alain Juppé, que chegou no mesmo avião que transportou os corpos e as famílias das vítimas, referiu-se a "uma tragédia nacional, uma catástrofe que atingiu a França".

"O antissemitismo é, para nós, algo insuportável. A França não cederá ao terrorismo", disse Juppé durante os funerais.

"É o sangue de nossos dois países que foi derramado na escola Ozar Hatorah", disse Juppé, que lembrou que Sandler nasceu em Bordeaux, a cidade na qual ele mesmo foi prefeito. As três crianças assassinadas tinham dupla nacionalidade, francesa e israelense.

O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, emitiu uma nota na qual indica que está "sensibilizado com a atitude clara e decisiva do presidente Nicolas Sarkozy e do governo francês contra este horror".

"Devemos combater a propaganda contra Israel e os judeus em qualquer parte, contra inocentes, que leve pessoas a cometer atos tão bárbaros", acrescentou.


Durante um encontro em Jerusalém com o presidente israelense Shimon Peres, Juppé assegurou ao seu interlocutor que Israel pode "contar conosco" para lutar contra o antissemitismo.

"Estamos comprometidos com o mesmo vigor com a luta contra o terrorismo, este flagelo que atinge muitas regiões do mundo, infelizmente inclusive a França", disse Juppé.

Peres saudou a presença do chefe da diplomacia francesa "em um dia cheio de pesar para todos nós". "O terror é a maior ameaça que enfrentamos", disse.

Já a Autoridade Palestina rejeitou nesta quarta-feira que autores de atos como o de Toulouse ajam em prol da causa palestina.

"Chegou o momento de os criminosos pararem de reivindicar seus atos terroristas em nome da Palestina e de pretender defender a causa de suas crianças, que pedem uma vida decente, para elas mesmas e para todas as crianças do mundo", afirmou o primeiro-ministro palestino Salam Fayad em um comunicado.

Durante os funerais desta quarta-feira, o presidente do Parlamento, Reuven Rivlin, tomou a palavra para afirmar que "todo Israel está conosco para condenar este assassinato odioso".

"Todas as comunidades judaicas estão conosco contra os assassinos. O povo judeu enfrenta animais ferozes que matam os judeus indiscriminadamente", disse Rivlin.

Em seu discurso improvisado, Rivlin lembrou os atentados contra a comunidade judaica em Buenos Aires nos anos 1990 e 2000, os disparos de foguetes efetuados por grupos clandestinos de Gaza e a matança de uma família de colonos na Cisjordânia há um ano.

Por sua vez, o ministro do Interior de Israel, Elie Yishai, disse que seu país espera "que a França faça todo o necessário para garantir a segurança da comunidade judaica francesa".

Ayalon, no entanto, felicitou a polícia francesa "por sua rápida ação".

"Estamos todos no mesmo barco. Penso que agora, em especial na França, entende-se melhor a realidade que Israel enfrenta para assegurar sua autodefesa", disse Ayalon.

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