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Israel encerrará operação em Gaza de forma unilateral

Israel não enviará nenhuma delegação às negociações marcadas para hoje no Cairo para pôr fim às hostilidades


	Em 27 dias de ofensiva, Israel lançou mais de quatro mil ataques aéreos em Gaza
 (Baz Ratner/Reuters)

Em 27 dias de ofensiva, Israel lançou mais de quatro mil ataques aéreos em Gaza (Baz Ratner/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2014 às 13h23.

Jerusalém - Israel decidiu pôr fim à operação Limite Protetor em Gaza sem negociar um acordo com o movimento islamita Hamas nem aceitar mais tréguas, disseram neste sábado altas fontes do governo de Benjamin Netanyahu citadas pela imprensa local.

A decisão foi tomada pelo mini-gabinete para assuntos de segurança em reunião ontem, sexta-feira, na qual os membros decidiram que Israel não buscará um acordo com o Hamas para pôr fim às hostilidades, mas atuará por iniciativa própria no momento que considerar que cumpriu todos seus objetivos.

As fontes, que não foram identificadas, informaram também que Israel não enviará nenhuma delegação às negociações marcadas para hoje no Cairo para pôr fim às hostilidades, embora por enquanto não haja confirmação oficial dessa afirmação'.

'Já vimos o que é negociar com o Hamas nos últimos seis cessar-fogo. Não vamos premiá-los com um acordo', disse hoje à agência Efe uma fonte do escritório do primeiro-ministro, ao descartar um possível pacto com o movimento islamita, mediado pelo Egito, que poderia chegar a suspender o bloqueio que existe há sete anos à faixa.

Em seu lugar, Israel terminará a operação quando considerar oportuno, segundo analistas do 'Canal 10', nos próximos dias, e confiará sua segurança no efeito de 'dissuasão' que conseguiu com a ofensiva militar.

'Se acharmos que conseguimos suficiente dissuasão (para que o Hamas deixe de disparar) nos basearmos no princípio de que a calma será retribuída com calma', explicou ao 'Ha'aretz' uma fonte do governo israelense, que acrescentou: 'se não conseguir esse (efeito) de dissuasão continuaremos com a operação, ou saíremos (de Gaza), mas continuaremos pressionando mediante ataques aéreos'.

Em 27 dias de ofensiva, Israel lançou mais de quatro mil ataques aéreos em Gaza, sem ter minguado a capacidade do Hamas de disparar foguetes contra seus centros urbanos.

Uma alta fonte de segurança explicou a um reduzido grupo de jornalistas, entre eles a Efe, que nas últimas três semanas e meia o número de foguetes à disposição das milícias caiu para um terço, de nove mil para cerca de três mil.

Sobre os túneis que cruzam de Gaza a Israel, que causaram várias baixas ao exército, indicou que está sendo finalizada a destruição dos mais de 30 que foram descobertos.

Os principais comentaristas acreditam que a grande destruição que a ofensiva militar das últimas três semanas e meia deixou em Gaza, assim como o alto número de vítimas mortais, 1.674, e feridos, quase nove mil, convencerão o Hamas que é o momento de parar.

'O que há em Gaza não se parece em nada com o que aconteceu em Dahia', assinalou o comentarista militar Ron Ben Yishai, convencido de que assim que os líderes políticos do Hamas saírem de seus refúgios e virem como ficou a faixa não continuarão com os ataques.

Dahia é o reduto em Beirute do movimento xiita libanês Hezbollah, que Israel devastou em um raid aéreo durante várias semanas na guerra de 2006.

Sobre a política israelense de longo prazo em relação a Gaza, as fontes do governo citadas nos principais meios falam da busca de um acordo com o Egito, a Autoridade Nacional Palestina (ANP) e a comunidade internacional para a reconstrução da Faixa e sua eventual desmilitarização. 

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