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Israel e Hamas mantém suas posições e ameaçam o progresso para trégua em Gaza

A guerra eclodiu em 7 de outubro, após a incursão de comandos islamistas no sul de Israel, na qual mataram 1.170 pessoas, a maioria civis, e sequestraram cerca de 250

Milhares de pessoas seguram fotos de reféns em manifestação em Tel Aviv. (AFP/AFP)

Milhares de pessoas seguram fotos de reféns em manifestação em Tel Aviv. (AFP/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 5 de maio de 2024 às 15h43.

A reunião no Cairo para chegar a uma trégua entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza terminou neste domingo (5) sem progressos concretos, devido às posições inflexíveis de ambos os lados após sete meses de guerra.

Um alto funcionário do Hamas disse à AFP que a delegação do grupo islamista partiu para o Catar depois que as divergências se intensificaram sobre os termos de um acordo que, além de uma trégua, inclui a libertação de reféns.

No entanto, um grupo retornará na terça-feira à capital egípcia "para concluir as negociações indiretas" com Israel, informou o veículo de comunicação egípcio Al Qahera News, próximo dos serviços de inteligência, citando uma "fonte bem informada".

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que aceitar as "exigências" do Hamas para acabar com a guerra em Gaza seria "uma derrota terrível para o Estado de Israel" e equivaleria à "capitulação".

Em resposta, o chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, acusou Netanyahu de "sabotar os esforços dos mediadores" para obter uma trégua no território palestino, devastado após quase sete meses de conflito.

A guerra eclodiu em 7 de outubro, após a incursão de comandos islamistas no sul de Israel, na qual mataram 1.170 pessoas, a maioria civis, e sequestraram cerca de 250, segundo um balanço baseado em dados israelenses.

As autoridades israelenses estimam que, após uma troca de reféns por prisioneiros palestinos em novembro, 128 pessoas permanecem cativas em Gaza e que 35 morreram até agora.

A ofensiva lançada por Israel em resposta ao ataque já deixou 34.683 mortos em Gaza, a maioria também civis, segundo o Ministério da Saúde.

O líder israelense também anunciou o fechamento da rede de notícias catari Al Jazeera no país por sua cobertura da guerra em Gaza.

O canal chamou a decisão de "criminosa" e anunciou que "recorreria a todas as vias legais disponíveis" para reverter a situação.

"Derrota terrível"

A última proposta de trégua que os mediadores internacionais – Catar, Egito, Estados Unidos – apresentaram ao Hamas no final de abril prevê uma interrupção dos combates durante 40 dias e uma troca de reféns israelenses detidos em Gaza desde 7 de outubro em troca de palestinos presos em Israel.

Poucas horas antes da retomada do segundo dia de negociações, neste domingo na capital egípcia, um líder do Hamas afirmou que o movimento islamista não aceitará "em nenhuma circunstância" um acordo que não inclua explicitamente o fim da guerra.

"Nossas informações confirmam que (Benjamin) Netanyahu está pessoalmente impedindo um acordo devido a cálculos pessoais", disse o líder à AFP sob condição de anonimato.

"Quando Israel mostra a sua boa vontade, o Hamas persiste nas suas posições extremas, entre as quais se destaca a sua exigência de retirada das nossas forças da Faixa de Gaza, o fim da guerra e a preservação do Hamas. Israel não pode aceitar isso", declarou Netanyahu em uma reunião de gabinete.

"Israel não aceitará as exigências do Hamas, que significam capitulação, e continuará lutando até que todos os seus objetivos sejam alcançados", insistiu.

O Fórum de Famílias de Reféns apelou a Netanyahu para "ignorar a pressão política" e aceitar um acordo que permitiria a libertação dos reféns.

Israel não esteve presente nas negociações do Cairo.

O chefe da CIA, William Burns, participou na reunião na capital egípcia, segundo a imprensa americana.

Fechamento de passagem fronteiriça

Israel, que assim como os Estados Unidos e a União Europeia, classifica o Hamas como organização terrorista, opõe-se ao cessar-fogo definitivo e insiste em lançar uma ofensiva terrestre contra Rafah, por considerá-la o último reduto dos comandos islamistas.

Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, opõem-se a uma invasão dessa cidade palestina no extremo sul da Faixa de Gaza, onde 1,2 milhão de pessoas estão aglomeradas, a maioria delas deslocadas pela guerra.

Uma operação terrestre em Rafah também comprometeria a ajuda humanitária que entra na Faixa, principalmente através desta cidade na fronteira com o Egito, e que já é insuficiente para os 2,4 milhões de habitantes de Gaza.

"Queremos um cessar-fogo e que Gaza volte a ser como era, ou até melhor", disse Umm Jami al Ghussein, uma mulher deslocada da cidade.

Na cidade de Khan Yunis, também no sul, Arwa Saqr, outra deslocada, criticou que todas as negociações terminaram "com o mesmo cenário". "Perdemos a esperança de que as negociações serão bem-sucedidas", disse.

O Exército israelense anunciou neste domingo o fechamento da passagem Kerem Shalom que dá acesso à Faixa de Gaza – e por onde entra a ajuda humanitária – após um ataque com foguetes.

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