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Israel declara o secretário-geral da ONU como persona non grata e proíbe sua entrada no país

Informação foi anunciada pelo ministro das Relações Exteriores israelenses e acontece depois de António Guterrez se manifestar sobre os ataques recentes

Publicado em 2 de outubro de 2024 às 07h42.

Última atualização em 2 de outubro de 2024 às 07h48.

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O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, anunciou nesta quarta-feira, 2, que decidiu declarar o secretário-geral da ONU, António Guterres, ‘persona non grata’ e proibir sua entrada no país, uma vez que considera que não condenou “de forma inequívoca” o ataque iraniano de ontem.

“Qualquer pessoa que não possa condenar de forma inequívoca o ataque atroz do Irã contra Israel não merece pôr os pés em solo israelense. Este é um secretário-geral anti-Israel que presta apoio a terroristas, estupradores e assassinos”, advertiu Katz no comunicado no qual fez o anúncio.

Irã ataca Israel

O Irã disparou aproximadamente 180 mísseis em direção ao território de Israel no começo da noite desta terça-feira, 1º, na hora local. O ataque, que durou cerca de uma hora, fez com que milhões de israelenses tivessem de buscar abrigo. Um homem morreu na Cisjordânia, vítima de destroços de um míssil abatido, segundo a Autoridade Palestina. Israel disse não ter registrado mortos até agora.

O Exército do Irã disse, em comunicado, que lançou dezenas de mísseis balísticos em direção a Israel em resposta ao assassinato de vários líderes do Hezbollah, realizado por forças israelenses nos últimos dias. O Irã é aliado do Hezbollah, um grupo baseado no Líbano e considerado como terrorista.

O espaço aéreo em Israel chegou a ser fechado durante os ataques, mas foi reaberto cerca de uma hora depois. A Jordânia e o Iraque também fecharam os céus para a circulação de aeronaves.

Segundo avaliação inicial do governo de Israel, em torno de 180 mísseis foram lançados pelo Irã, a partir das 19h30 no horário local (13h30 em Brasília). Uma hora após o início do ataque, foi enviada uma mensagem geral aos celulares dos israelenses de que já poderiam sair dos abrigos em segurança, pois a ação havia terminado.

Daniel Hagari, porta-voz do governo de Israel, disse que a maior parte dos mísseis foi contida pelo sistema de defesa aéreo que protege as principais cidades.

Ao mesmo tempo, uma parte dos projéteis atingiu regiões no centro e no sul de Israel. Ainda não havia relatos de mortes em Israel, mas os militares seguem analisando a situação. Havia registro apenas de duas pessoas com ferimentos leves.

Hagari disse ainda que o bombardeio do Irã terá resposta. "Este ataque terá consequências. Temos planos e vamos agir no tempo e lugar em que escolhermos", disse.

Em Tel-Aviv, houve clarões gerados pelo sistema de interceptação de mísseis. Pessoas buscaram abrigo em túneis e outros locais para se proteger dos ataques.

Também nesta terça, um ataque terrorista em Jaffa, no sul de Tel Aviv, feito por dois homens armados, matou ao menos oito pessoas. Os autores foram mortos pela polícia.

O presidente Joe Biden e a vice, Kamala Harris, fizeram uma reunião sobre os ataques nesta tarde, em Washington. De acordo com a CBS, os Estados Unidos ajudaram a barrar uma parte dos mísseis que foram lançados em direção a Israel.

Invasão ao Líbano

O ataque do Irã ocorre horas após as Forças de Defesa de Israel (FDI) iniciarem uma operação por terra contra o Hezbollah, no território do Líbano, na madrugada desta terça-feira, 1º. De acordo com o Exército israelense, os ataques são direcionados somente ao grupo extremista. A invasão acontece apenas alguns dias após Israel matar o líder do grupo armado libanês, Hassan Nasrallah, em uma escalada das tensões regionais.

Em resposta, o Hezbollah anunciou nesta terça-feira que lançou ataques de mísseis contra tropas israelenses em posições dentro de Israel e não fez menção às forças israelenses dentro do Líbano.

A inteligência americana também avalia que o Irã pode lançar drones e mísseis de cruzeiro, como fez no ataque de abril que Israel e seus aliados quase inteiramente impediram.

Com informações de Agência EFE

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