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Israel bombardeia posições do Hamas na Faixa de Gaza

No início do Ramadã, aviões israelenses bombardearam sete alvos do Hamas em Gaza, em resposta a disparos contra soldados posicionados na fronteira

Gaza: na última segunda, cerca de 60 palestinos morreram durante protestos em Gaza (Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)

Gaza: na última segunda, cerca de 60 palestinos morreram durante protestos em Gaza (Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)

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AFP

Publicado em 17 de maio de 2018 às 11h29.

O Exército israelense voltou a bombardear posições do Hamas na Faixa de Gaza nesta quinta-feira (17), dia que marca o início do Ramadã (mês de jejum muçulmano), quando os dois lados parecem voltar a se enfrentar após a violência registrada na última segunda-feira.

Aviões israelenses bombardearam sete alvos na Faixa de Gaza, anunciou o Exército, que alegou responder a disparos contra soldados posicionados ao longo da fronteira com o território, mas também a ataques com metralhadoras que, excepcionalmente, atingiram na quarta-feira a pequena cidade israelense de Sderot.

Uma calma relativa retornou à Faixa de Gaza depois das mortes de quase 60 palestinos na segunda-feira, durante manifestações e confrontos que coincidiram com a inauguração em Jerusalém da nova embaixada americana em Israel, uma das promessas de campanha mais polêmicas do presidente Donald Trump.

Mas os tiros esporádicos e a resposta israelense mostram que a situação continua tensa na região.

Os ingredientes estão preparados para um novo confronto entre Israel e o movimento islamita palestino Hamas, que mantêm desde 2014 um frágil cessar-fogo.

Israel tenta ignorar as críticas internacionais.

Os ministros árabes das Relações Exteriores se reúnem nesta quinta-feira à tarde no Cairo e devem adotar posições sobre "a agressão israelense" contra os palestinos e a transferência "ilegal" da embaixada dos Estados Unidos para Jerusalém, de acordo com a Liga Árabe (LA), que pediu uma investigação do Tribunal Penal Internacional (TPI).

A Turquia receberá na sexta-feira uma reunião em Istambul da Organização de Cooperação Islâmica (OCI), integrada por 57 países, com a intenção de enviar "uma mensagem muito forte ao mundo".

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que lidera os protestos contra Israel, convocou uma manifestação na sexta-feira em Istambul com o lema "Fim da opressão", em solidariedade aos palestinos.

Em meio a expulsões de diplomatas e trocas de ofensas, Turquia e Israel enfrentam uma nova crise, que complica uma relação já naturalmente difícil.

Ato de guerra

Israel é desde segunda-feira alvo de uma onda de críticas, condenações e pedidos de investigação independente sobre os acontecimentos na Faixa de Gaza. Mas o país recebeu o apoio inflexível dos Estados Unidos, que vetou uma declaração do Conselho de Segurança da ONU para pedir uma investigação.

Israel repete que os grandes protestos, iniciados pelos moradores de Gaza há mais de seis semanas e que terminou com o banho de sangue de segunda-feira, foram organizados pelo Hamas, movimento contra o qual travou três guerras desde 2008.

O Hamas declarou apoiar a mobilização, mas destacou que o movimento nasceu da sociedade civil e era pacífico.

Para os israelenses, o Hamas utilizou os protestos como uma cobertura para tentar atacar Israel, estimulando os manifestantes, incluindo mulheres e crianças, a arriscarem suas vidas ao longo da fronteira.

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