O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu fala durante a 79ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas na sede da ONU, em Nova York. Na imagem, o mapa da esquerda mostra os países inimigos de Israel como "maldição" e os aliados como "benção". Muitos delegados imediatamente se retiraram (Charly Triballeu/AFP)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 30 de setembro de 2024 às 11h48.
Última atualização em 30 de setembro de 2024 às 13h31.
O governo de Israel avisou aos Estados Unidos que planeja uma "operação de campo limitada" no Líbano, que pode começar a qualquer momento, segundo revelou o jornal The Washington Post.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, escreveu em sua rede social que o objetivo israelense é acabar com o Hezbollah para garantir o retorno dos moradores do norte de Israel. “Juntamente com os combatentes da 188ª Brigada na fronteira norte, as forças estão prontas e preparadas para atacar o Hezbollah com força”, escreveu Gallant.
Israel disse ainda que a operação seria menor do que a invasão do Líbano em 2006, a última vez em que houve uma guerra envolvendo os dois países.
O exército de Israel faz uma grande operação desde a semana passada contra o Hezbollah. A ação começou com uma explosão coordenada de pagers e rádios de comunicação usados pelo grupo e avançou para bombardeios quase diários.
No sábado, um destes ataques matou Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah. Quase toda a cadeia de comando do grupo foi dizimada nos últimos dias, o que tem dificultado a resposta do grupo.
O Hezbollah e Israel vivem uma situação de conflito desde os anos 1980. O grupo armado foi criado para lutar contra a ocupação israelense do Líbano, que durou até 2000.
Em outubro do ano passado, o Hezbollah passou a fazer ataques com mísseis a Israel, como represália pela invasão de Israel da Faixa de Gaza, após o grupo palestino Hamas fazer um ataque contra Israel. Com isso, mais de 60 mil israelenses no norte do país tiveram de deixar suas casas.
A operação atual de Israel contra o Hezbollah diz ter como objetivos permitir que essas pessoas desalojadas retornem para suas casas.
Uma invasão do Líbano pode aumentar a gravidade da crise e atrair outros países para o conflito. O Hezbollah tem apoio do Irã, que prometeu uma resposta firme após os ataques, mas ainda não realizou ações de peso. Caso ocorra uma invasão israelense, a principal questão é o que fazer depois.
Israel poderia tentar criar uma zona de proteção na fronteira, com um território sob controle de suas forças militares, para impedir uma reorganização do Hezbollah e ataques ao território de Israel.
No entanto, essa ocupação poderia levar décadas, como já ocorreu no passado. O Hezbollah foi criado nos anos 1980 justamente com o objetivo de expulsar a ocupação israelense do sul do Líbano, que só deixaria o país em 2000.