Ahmadinejad, presidente do Irã: Shimon Peres afirma que Irã patrocina o terrorismo (Spencer Platt/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de fevereiro de 2011 às 12h34.
Madri - O presidente israelense, Shimon Peres, afirmou nesta terça-feira que o Irã está criando "células terroristas visíveis e ocultas" em países do Oriente Médio e da América Latina e advertiu que a ameaça do regime do presidente Mahmoud Ahmadinejad afeta todo o mundo e não apenas Israel.
Peres deu esta declaração no Congresso dos Deputados, no marco de sua visita oficial à Espanha para comemorar o 25º aniversário das relações entre ambos os países.
"O Irã alimenta o Hisbolá no Líbano e o Hamas em Gaza com terrorismo e armas, e está criando células terroristas visíveis e ocultas em outros países do Oriente Médio e, inclusive, da América Latina", disse Peres sem fornecer mais detalhes.
O chefe de Estado israelense ressaltou que o terrorismo "pode chegar a todas as partes" e citou como exemplo os atentados de Madri de 11 de março de 2004, no qual 191 pessoas morreram.
Segundo Peres, o programa nuclear iraniano "é uma ameaça para os países moderados" e "um perigo para a paz do mundo inteiro".
Ele mostrou-se convencido de que "o mundo não se ajoelhará perante o ódio" que emana do chefe supremo da Revolução do Irã, a quem chamou de "líder do fanatismo e da incitação".
Também manifestou sua confiança em que o povo iraniano conseguirá derrubar o regime de Teerã, como ocorreu no Egito e na Tunísia.
Peres afirmou que Israel "está feliz em ser testemunha" das revoltas no mundo árabe e acrescentou que acredita que a democracia será estendida pela região.
Segundo ele, agora é o momento de retomar as negociações com os palestinos, interrompidas em setembro passado, quando Israel retomou a construção nas colônias judaicas na Cisjordânia.
"Voltemos imediatamente à mesa de negociação. Esta tempestade é também uma oportunidade", disse Peres.
O presidente israelense pediu aos palestinos que não imponham condições prévias e que apresentem propostas "pragmáticas e estipuladas" a fim de tornar a paz viável, em alusão à pretensão da Autoridade Nacional Palestina (ANP) de declarar este ano seu próprio Estado com ou sem um consenso com Israel.
Também ressaltou o desejo do Governo israelense de conseguir uma paz verdadeira com todos seus vizinhos, inclusive Síria e Líbano, aos quais pediu que não se transformem "em reféns do Irã".