Apoiadores de Mohamed Mursi marcham no Egito: "reiteramos com força o pacifismo de nossas atividades", dizem islamitas em nota (Amr Abdallah Rash/Reuters)
Da Redação
Publicado em 5 de setembro de 2013 às 13h33.
Cairo - A Irmandade Muçulmana condenou nesta quinta-feira a tentativa de atentado contra o ministro egípcio do Interior, Mohammed Ibrahim, e disse que a aliança islamita mantém o pacifismo de suas ações.
"O sucedido de hoje representa um alerta que causa preocupação e temor, sejam quais forem nossas diferenças com ele (ministro do Interior)", declarou o dirigente Amre Darrag em nome da Coalizão Nacional de Defesa da Legitimidade, que engloba grupos partidários do deposto presidente Mohamed Mursi.
Em comunicado divulgado na página oficial da Irmandade, a aliança alertou que os grupos islamitas podem ser responsabilizados pelo atentado.
"Nós, da Coalizão Nacional de Defesa da Legitimidade, reiteramos com força o pacifismo de nossas atividades", destacou a nota, que qualificou de "malignas" as acusações contra os islamitas.
Darrag também defendeu a "abertura de canais de diálogo com todos os setores para tirar o país desta atual situação e ressaltou que os sábios devem buscar verdadeiras soluções (...)".
O governo egípcio, por sua vez, assegurou hoje que enfrentará com "mão de ferro" o terrorismo e as tentativas de prejudicar a segurança nacional.
O grupo radical Gamaa Islamiya, responsável por vários atentados terroristas na década de 1990 até renunciar à violência em 2003, se desvinculou hoje do atentado e advertiu que "estas explosões abrirão caminho para um conflito sangrento".
Em suas primeiras declarações, o ministro do Interior indicou que uma bomba com forte carga explosiva foi detonada na passagem de seu veículo e causou ferimentos graves em várias pessoas, entre elas um policial e uma criança.
Ibrahim também revelou que os quatro veículos do comboio foram afetados no atentado, que aconteceu no bairro residencial de Cidade Nasser, no leste do Cairo.
Neste contexto, a Irmandade Muçulmana voltou a ressaltar a importância de sair às ruas e de recorrer a novas medidas pacíficas para conseguir o fim do "golpe militar", que, no último dia 3 de julho, depôs o presidente islamita Mohamed Mursi.
Apesar do comunicado ter sido divulgado pouco após o atentado contra Ibrahim, muito criticado pelos seguidores de Mursi devido à violenta ação contra os acampamentos islamitas, a Irmandade Muçulmana não fez alusão ao fato.
No comunicado em questão, tradicionalmente divulgado na quinta-feira, a Irmandade Muçulmana também pediu aos seus seguidores não recorrerem à violência, "independente da provocação dos golpistas".