O presidente da França, François Hollande: constituição tunisiana foi louvada por diplomatas ocidentais e árabes como a mais progressista do mundo árabe (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 7 de fevereiro de 2014 às 13h14.
Túnis - O presidente da França, François Hollande, afirmou nesta sexta-feira na Assembleia Nacional Constituinte tunisiana que a nova Constituição aprovada em 27 de janeiro "confirma que o Islã é compatível com a democracia".
O pronunciamento feito na cerimônia de celebração da adoção da primeira Carta Magna democrática do país, assistida por autoridades e representantes de vários países, Hollande insistiu que a transição democrática tunisiana "pode servir de exemplo e de referência para outros países".
O líder francês, que destacou os princípios democráticos recolhidos na nova Lei Fundamental, disse que os tunisianos têm "a obrigação de triunfar", tanto por eles mesmos como pelos países que têm dado atenção ao pequeno país norte-africano, porque a "Tunísia não é uma exceção, é um exemplo".
"Vocês inspiram o combate difícil, doloroso, daqueles que estão no mundo árabe e em outros lugares, lutam pela liberdade", ressaltou Hollande.
A cerimônia foi aberta por discursos do presidente do Parlamento, Mustapha Ben Jaafar; o chefe de Estado da Tunísia, Moncef Marzouki; e o primeiro-ministro, Mehdi Yuma, que destacaram o triunfo do espírito de consenso durante o processo de elaboração da Constituição e durante a transição, que começou no dia 14 de janeiro de 2011 após a queda do ditador Zine el Abidin Ben Ali.
Após a cerimônia, em que outros convidados estrangeiros discursaram, o presidente da Tunísia ofereceu um almoço aos convidados no Palácio Presidencial, em Cartago.
A Constituição tunisiana foi louvada por diplomatas ocidentais e árabes como a mais "progressista" do mundo árabe.
Aprovada com um amplo consenso, em seus 149 artigos não há referências à sharia (lei islâmica), mas se reconhece o Islã como "a religião oficial do Estado".
Esta é a primeira Constituição democrática do país e a segunda desde sua independência da França, em 1956.