Chen Guangcheng fugiu recentemente de sua prisão domiciliar e se refugiou na Embaixada dos EUA. Atualmente, ele vive em Nova York ao lado de sua mulher e filhos (©AFP / Mark Ralston)
Da Redação
Publicado em 24 de maio de 2012 às 16h29.
Pequim - O irmão do dissidente cego Chen Guangcheng, que recentemente provocou uma crise diplomática entre os Estados Unidos e a China, também conseguiu escapar da prisão domiciliar a que estava submetido e fugiu para Pequim, onde se encontrou com um advogado para discutir a situação de seu filho, acusado de tentativa de homicídio.
O advogado Ding Xikui disse à Agência Efe que ele e Chen Guangfu, irmão mais velho de Chen Guangcheng, reuniram-se na manhã desta quinta-feira.
Ding afirmou ainda que o processo contra o filho não tem base legal e que as autoridades chinesas estão dificultando o acesso ao material sobre o caso.
A organização China Human Rigths Defenders (CHRD) denunciou em várias ocasiões que o governo chinês ameaça os advogados que tentam defender Chen Kegui, retiram suas licenças temporariamente e determinam profissionais designados pelo regime para atuar no caso.
Ding Xikui afirmou que não sofreu pressões, mas que não teve acesso ao filho de Chen Guangfu.
O advogado explicou que Chen Guangfu quer apenas ajudar sua família e que ele não pode sair do povoado onde mora, por isso teve que escapar da segurança no entorno de sua casa para viajar durante a madrugada para Pequim.
Chen Kegui, sobrinho do ativista Chen Guangcheng, está preso desde 9 de maio por tentativa de homicídio, acusado pelas autoridades de ferir vários oficiais chineses, que teriam invadido sua casa para prender ele e seu pai.
Segundo declarou na ocasião o próprio Chen Kegui à organização CHRD, o incidente ocorreu na noite em que ele e sua família se deram conta que o tio, que morava nas proximidades, não estava mais em sua casa. De acordo com a ONG, Chen Kegui e seu pai foram vítimas de maus tratos na delegacia.
Chen Guangcheng fugiu recentemente de sua prisão domiciliar e se refugiou na Embaixada dos EUA. Atualmente, ele vive em Nova York ao lado de sua mulher e filhos. O ativista disse ao partir que temia pela segurança de sua família, que permaneceu na China.