Partidários da Irmandade Muçulmana: Egípcios justificaram acusação pela chamada que Israel fez pouco antes do atentado a seus cidadãos no Sinai (Mohammed Abed/AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de agosto de 2012 às 20h16.
Cairo - A Irmandade Muçulmana do Egito acusou nesta segunda-feira o Mossad, serviço de inteligência israelense no exterior, de comandar o ataque de domingo que causou a morte de 16 soldados e policiais egípcios em um posto fronteiriço na Península do Sinai.
Em comunicado divulgado em seu site, a irmandade islamita explica que ''o Mossad buscou o fracasso da revolução egípcia desde seu início'' e acrescenta que este ataque ''pode ser atribuído'' à espionagem israelense.
Os egípcios justificaram sua acusação pela chamada que Israel fez pouco antes do atentado a seus cidadãos no Sinai para que abandonassem o local imediatamente.
A confraria islâmica - da qual procede o presidente do país, Mohammed Mursi - solicitou, ainda, revisar os acordos de paz de Camp David, assinados entre Israel e Egito em 1978 e que desmilitarizaram o território.
''Aparentemente nossas tropas no Sinai não são suficientes para garantir a segurança, por isso é preciso rever nosso tratado com a entidade sionista'', destacou o comunicado.
Segundo o texto, o incidente tinha como objetivo, igualmente, ''criar problemas entre o governo do Egito e seu povo, de um lado, assim como entre o governo palestino e a população de Gaza, de outro''.
A Irmandade Muçulmana alega que outras metas eram ''pretender mostrar o fracasso do novo governo egípcio'' e ''pôr obstáculos no projeto reformista'' do presidente recém-eleito.
Anteriormente, em outro comunicado, o Conselho Supremo das Forças Armadas assegurou que vingará o mais rápido possível as mortes dos egípcios, que levaram tiros de supostos terroristas perto da passagem de Rafah, que une Egito e o território palestino de Gaza.
Mursi foi hoje ao local do atentado com os ministros da Defesa e do Interior, Hussein Tantawi e Ahmed Gamaledin, respectivamente, e decretou três dias de luto pela morte dos soldados, que serão sepultados amanhã em um funeral militar.
Fontes militares israelenses já haviam alertado que um grupo islamita preparava um novo atentado na fronteira do Sinai, que foi palco, nos últimos meses, de diferentes ataques contra policiais e gasodutos, atos de contrabando e sequestros.
Em 19 de julho, dois agentes da segurança central egípcia morreram em um ataque similar realizado por desconhecidos contra um posto de controle policial no centro da Península do Sinai, desmilitarizada por acordos de paz de Camp David entre Israel e Egito em 1978.