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Irmandade Muçulmana da Síria rejeita mediação do Irã

Grupo disse que não vai se reunir com os diplomatas iranianos porque Teerã apóia o regime de Bashar al-Assad

A Irmandade Muçulmana disse que não vai participar do governo de Assad (AFP)

A Irmandade Muçulmana disse que não vai participar do governo de Assad (AFP)

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Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2012 às 14h02.

Cairo - O grupo opositor sírio ligado à Irmandade Muçulmana rejeitou a mediação do Irã para resolver a crise na Síria depois que uma delegação enviada por Teerã tentou se reunir com eles, disse nesta quarta-feira à Agência Efe o dirigente do movimento islâmico Mulhem al-Derubi.

Ele explicou que o Irã mandou uma delegação para se reunir de forma urgente com a Irmandade Muçulmana, que, no entanto, se opôs à iniciativa enquanto o regime dos aiatolás de Teerã não mudar sua posição 'parcial e favorável' ao presidente sírio, Bashar al-Assad.

Derubi afirmou que, após a rejeição à delegação, os iranianos enviaram um mediador para transmitir a mensagem de que o regime de Damasco oferecia à Irmandade participar do governo sob a condição de que Assad se mantivesse no poder.

'Nós respondemos que não estamos buscando pastas ministeriais. Estamos com as reivindicações do povo sírio, que deseja uma mudança democrática radical e verdadeira', declarou o dirigente, que não divulgou mais detalhes sobre a oferta do Irã.

Além disso, ele destacou que Teerã 'sempre tentou se comunicar' com a Irmandade, mas o grupo islâmico mantém sua oposição à república dos aiatolás enquanto ela mantiver seu apoio militar e financeiro ao regime sírio.

Nos últimos dias, a ONU e vários países ocidentais, entre eles Reino Unido, França e Estados Unidos, acusaram o Irã de violar o embargo da venda de armas à Síria.

Damasco foi alvo de sanções econômicas por parte de União Europeia (UE), EUA e Liga Árabe, que buscam assim pressionar o regime de Assad para que detenha a violência no país.

Desde que eclodiram os protestos contra o regime em meados de março passado, mais de 5 mil pessoas morreram em consequência da repressão governamental, segundo os últimos dados da ONU, enquanto as autoridades culpam grupos terroristas de estarem por trás da violência. 

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