Royal Bank of Ireland: governo irlandês vai anunciar plano de ajustes para reduzir o déficit (Chris Jackson/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de novembro de 2010 às 08h25.
Dublin - O ministro de Finanças da Irlanda, Brian Lenihan, afirmou nesta quarta-feira que o sistema bancário do país não atravessa "graves dificuldades" e atribuiu a crise econômica à falta de normalização nos mercados internacionais.
Em declarações à emissora "RTE", Lenihan lembrou que o Estado irlandês tem suas necessidades econômicas garantidas até meados do ano que vem e que "parte dos bancos" já foi nacionalizada.
As entidades financeiras, continuou o ministro, contam também com o apoio do Banco Central Europeu (BCE), da mesma maneira que os planos orçamentários do Governo para os próximos quatro anos obtiveram o respaldo da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
"Apesar das amplas medidas adotadas pelo Governo, a Irlanda é um país pequeno e, se os problemas bancários são grandes demais para nós, a Europa deixou claro que dará ajuda para salvar o sistema", declarou Lenihan.
Ele insistiu na validade do plano quadrienal de ajustes, que será apresentado na semana que vem. Estima-se que esse plano consiga uma poupança de 15 bilhões de euros e reduza o déficit para o nível de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2014.
A primeira fase desse plano começa a valer no dia 7 de dezembro com a apresentação do orçamento geral para 2011, nos quais se incluem cortes no valor de 6 bilhões de euros.
Os 27 ministros de Economia e Finanças da UE continuam reunidos nesta quarta-feira em Bruxelas, ainda sem definições sobre a crise da dívida irlandesa e com o risco real de desestabilização em outros países da Europa.
Embora a Irlanda insista que não precisa de ajuda de seus parceiros internacionais, a UE e o FMI trabalham na elaboração de um plano de resgate do setor bancário irlandês.
A Comissão Europeia já anunciou o envio de uma missão técnica conjunta com o FMI e o BCE à capital da Irlanda para intensificar os trabalhos preparatórios de uma eventual intervenção na economia do país.