O governo irlandês ainda se mostrou confiante de que que os próximos objetivos do plano também serão alcançados (Jussi Ekholm/Stock.xchng)
Da Redação
Publicado em 6 de julho de 2011 às 14h37.
Dublin - O governo irlandês assegurou nesta quarta-feira que está no "caminho certo" para cumprir as condições impostas no resgate financeiro da União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), apesar do risco de contágio que coloca a situação na Grécia e Portugal.
Essa foi a mensagem que foi transmitida do Ministério das Finanças nesta quarta-feira, quando uma missão desses organismos iniciou uma revisão da política econômica da Irlanda, a terceira desde que em novembro o Executivo de Dublin aceitasse um pacote de ajuda avaliado em 85 bilhões de euros.
O resultado da análise da "troika", que avalia os progressos alcançados desde abril, será apresentado no dia 14 em um novo Memorando de Entendimento, que incluirá também novos objetivos para o seguinte trimestre.
Uma porta-voz governamental assegurou que a Irlanda continua "comprometida" com o cumprimento das metas fixadas na anterior revisão, conseguidos "com sucesso", e se mostrou "confiante" que os "próximos objetivos também serão alcançados".
"A UE e o FMI nos darão um certificado de boa saúde", coincidiu Alan McQuaid, analista da empresa de consultoria Bloxham Alan, que adverte, no entanto, que a "troika" adotará "uma posição mais dura" a partir de setembro.
O especialista detalhou à Agência Efe que "os números indicam que o Governo está fazendo seu dever, como demonstra que, durante o primeiro semestre do ano, o déficit primário (diferença entre as despesas e a receita do Estado) tenha se situado em 8,4 bilhões de euros, abaixo do teto de 10,1 bilhões fixados pela UE e o FMI".
De acordo com o analista, também estarão satisfeitos com o andamento do plano de reestruturação do sistema bancário irlandês, sua recapitalização - processo que concluirá no fim deste mês - e as medidas adotadas por Dublin para obrigar os titulares de dívida subordinada a compartilhar as perdas do setor.
Outras condições fixadas no anterior Memorando de Entendimento estabeleciam que a Irlanda devia redigir nova legislação para dotar com mais poderes reguladores ao Banco Central Irlandês (ICB) e elevar a idade de aposentadoria de 66 para 68 anos.