Irlanda do Norte: as partes não conseguiram superar suas diferenças para cumprir o prazo estabelecido (Clodagh Kilcoyne/Reuters)
EFE
Publicado em 27 de março de 2017 às 12h03.
Dublin - Os partidos norte-irlandeses não chegaram nesta segunda-feira a um acordo para formar um novo governo de poder compartilhado, e a sessão da Assembleia prevista para esta tarde foi suspensa, informaram as formações.
As partes tinham até as 15h GMT (12h de Brasília) de hoje para acertar posições e negociar a formação de um executivo de poder compartilhado entre protestantes e católicos, mas não conseguiram superar suas diferenças para cumprir o prazo estabelecido.
Perante este cenário sem consenso, foi suspensa a sessão da assembleia prevista para hoje, na qual seria designado um primeiro-ministro principal e seu vice.
Perante esta situação, o governo britânico terá que decidir agora se oferece mais tempo de negociação, convoca um novo pleito ou suspende a autonomia indefinidamente.
A líder do Partido Democrático Unionista (DUP), Arlene Foster, acusou o rival republicano Sinn Féin de atuar de maneira "inflexível" para superar as diferenças.
A câmara norte-irlandesa se encontra suspensa desde janeiro, após o recentemente falecido Martin McGuinness, ex-primeiro-ministro e histórico dirigente do partido republicano Sinn Féin, ter renunciado ao cargo e o governo britânico convocar eleições antecipadas no último dia 2.
Esse pleito enfraqueceu a maioria unionista clara no Stormont - parlamento norte-irlandês - ao reduzir de dez para um o número de cadeiras de vantagem que o DUP tinha até então sobre o Sinn Féin.
Os republicanos querem que o DUP afaste temporariamente sua líder e ex-primeira-ministra, Arlene Foster, enquanto uma investigação apura seu envolvimento em um escândalo financeiro na política de energias renováveis do anterior Executivo de Belfast.
O caso provocou a renúncia de McGuinness em janeiro, que dias depois anunciou que abandonava a política por conta de uma rara doença degenerativa, que causou sua morte no último dia 22 de março.
Foster declarou hoje que não acredita que novas eleições possam resolver a situação.
"Nós nos perguntamos se o Sinn Féin era sério na hora de conseguir um acordo neste momento. Estamos decepcionados porque o Sinn Féin não chegou às conversas com o mesmo espírito que o nosso", acrescentou.