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Iraque viveu em julho o mês mais mortífero dos últimos anos

"O conflito sério criou um espaço para a organização Al-Qaeda, que pode deslocar-se do Iraque para a Síria", afirmou especialista iraquiano em segurança e estratégia

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2012 às 14h04.

Bagdá - O Iraque viveu em julho o mês mais mortífero em quase dois anos, com ao menos 325 mortos e 697 feridos em ataques através do país, onde as tensões religiosas e políticas continuam sendo importantes.

"Por esta escalada da violência, há razões políticas, de segurança e estratégicas" (principalmente vinculadas ao conflito sírio), explicou Ali al Haidari, especialista iraquiano em segurança e estratégia.

"O conflito sério criou um espaço para a organização Al-Qaeda, que pode deslocar-se do Iraque para a Síria", afirmou.

Ao contexto regional, acrescentam-se a instabilidade política no Iraque - com o conflito entre o primeiro-ministro Nuri al Maliki e seus detratores, que o acusam de ter um comportamento ditatorial - assim como as divergências petroleiras e territoriais que opõem o governo central de Bagdá e a região autônoma do Curdistão.

"As divergências políticas no Iraque têm um impacto negativo sobre a segurança e a economia, em um fundo de falta de confiança entre os associados políticos e de ausência de consenso sobre as opções políticas em termos de segurança", destacou Haidari.

No total, 325 pessoas - 241 civis, 40 policiais e 44 soldados - morreram no Iraque durante julho, enquanto que 697 pessoas - 480 civis, 122 policiais e 95 soldados - ficaram feridos, segundo dados compilados dos ministérios da Saúde, do Interior e da Defesa.

Trata-se do balanço mensal mais elevado entregue pelo governo iraquiano desde agosto de 2010, mês durante o qual morreram 426 pessoas e 838 ficaram feridas.

Durante os 31 dias de julho, foram realizados 27 atentados. Os mais sangrentos aconteceram em 23 de julho, quando 29 ataques atingiram 19 cidades iraquianas, matando 113 pessoas e deixando 259 feridos. Foi a série de ataques mais mortíferos desde 8 de dezembro de 2009, quando morreram 127 pessoas.

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