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Iraque surge como peça "chave" no mercado de petróleo

A AIE, que avalia periodicamente o mercado energético para seus 28 Estados-membros, afirma que o país árabe tem recursos para duplicar a produção até 2020


	Chama saindo de refinaria de petróleo: outro desafio que o governo de Bagdá enfrenta - apontou Birol- é melhorar a provisão elétrica nacional
 (Getty Images)

Chama saindo de refinaria de petróleo: outro desafio que o governo de Bagdá enfrenta - apontou Birol- é melhorar a provisão elétrica nacional (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2012 às 13h39.

Londres - O Iraque poderia superar a Rússia como segundo exportador de petróleo do mundo, em 2035, se conseguir usar seu potencial para dobrar a produção nesse período, segundo disse nesta terça-feira a Agência Internacional de Energia (AIE).

A AIE, que avalia periodicamente o mercado energético para seus 28 Estados-membros, afirma que o país árabe tem recursos para duplicar a produção até 2020, chegando a 6 milhões de barris diários. Se mantiver o ritmo, poderá chegar a produzir 8 milhões de barris diários em 2035.

Isto situaria o país como segundo exportador mundial, atrás apenas da Arábia Saudita, e transformaria o Iraque em peça "chave" para os mercados globais, já que garantiria a provisão e apresentaria uma estabilidade frente ao risco de escassez de petróleo e alta dos preços, indicou a agência ao apresentar o relatório em Londres.

Neste documento, a AIE- fundada após a crise de 1973 para garantir segurança energética a seus membros, os países desenvolvidos- estima que, em ótimas condições, o Iraque representará 45% do aumento da produção mundial para 2035 pela frente do conjunto da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Nas próximas décadas, o Iraque, que atualmente é o terceiro exportador do mundo, se transformará no principal fornecedor da Ásia, sobretudo da China, aonde, dentro de 25 anos, poderia enviar cerca de 2 milhões de barris de petróleo diários.


Segundo o economista-chefe da AIE, Fatih Birol, é de interesse global que o país árabe possa alcançar esse potencial de produção de petróleo, já que, caso contrário, com a alta dos preços e diminuição de áreas exploráveis, "os mercados passarão por fases turbulentas" nos próximos anos.

É necessário que o Iraque aumente progressivamente o ritmo de investimento em infraestrutura, fornecimento de água e educação, que hoje é de US$ 9 bilhões. O ideal seria, nos próximos 25 anos, investimentos de US$ 530 bilhões.

Outro desafio que o governo de Bagdá enfrenta - apontou Birol- é melhorar a provisão elétrica nacional, ainda muito pobre, o que permitiria se concentrar em desenvolver a indústria petrolífera.

No melhor dos casos, aponta o economista, o país poderia chegar até 2035 com rendas anuais de US$ 200 bilhões provenientes do petróleo, o que compensaria amplamente o investimento necessário.

Birol assinalou que, com essa receita, o Iraque poderia diversificar sua economia, que atualmente depende da venda de petróleo em uma proporção de 72% do Produto Interno Bruto (PIB).

A AIE, que contou com a colaboração das autoridades iraquianas em seu relatório, assinalou que o país tem também muito por fazer no campo do gás natural, embora essa fonte de energia deveria ser utilizada num primeiro momento internamente para melhorar a provisão energética, e depois ser exportada.

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