Protestos no Irã: líder supremo do Irã conclamou os iranianos para mostrar que o Irã não está assustado com as "ameaças" norte-americanas (Reuters)
Reuters
Publicado em 10 de fevereiro de 2017 às 10h51.
Centenas de milhares de iranianos se reuniram em todo o país nesta sexta-feira para jurar lealdade ao regime clerical depois do alerta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que colocou a República Islâmica "de sobreaviso", relatou a televisão estatal.
Empunhando cartazes com os dizeres "Morte à América" e representações da figura de Trump, moradores de Teerã marcharam rumo à Praça Azadi (Liberdade) para comemorar o aniversário da Revolução Islâmica de 1979, que derrubou o xá apoiado pelos EUA.
Na terça-feira a maior autoridade do país, o líder supremo e aiatolá Ali Khamenei, conclamou os iranianos a participarem de manifestações para mostrar que o Irã não está assustado com as "ameaças" norte-americanas.
"A América e Trump não podem fazer droga nenhuma. Estamos prontos para sacrificar nossas vidas por nosso líder Khamenei", disse um jovem iraniano à TV estatal.
Na semana passada Trump colocou o Irã "de sobreaviso" em reação a um teste de míssil de 29 de janeiro e impôs novas sanções a indivíduos e entidades. Teerã disse que não irá interromper seu programa de mísseis.
O presidente pragmático Hassan Rouhani também pediu a seus compatriotas para se unirem à passeata desta sexta-feira para "mostrar seus laços inquebrantáveis com o Líder Supremo e a República Islâmica".
A emissora estatal afirmou que milhões de pessoas de toda a nação compareceram a manifestações pró-revolução em todas as principais cidades, que foram marcadas pelos já tradicionais slogans anti-EUA e anti-Israel e pela queima de bandeiras norte-americanas.
Nas redes sociais, como Twitter e Facebook, muitos iranianos usaram a hashtag #LoveBeyondFlags (AmorAlémDeBandeiras), pedindo o fim da queima de bandeiras durante o aniversário.
Eles também agradeceram os norte-americanos por se oporem ao decreto presidencial de Trump impedindo a entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana nos EUA, incluindo o Irã. Uma suspensão à proibição de Trump foi mantida por um tribunal de apelações na quinta-feira.