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Irã vive dia de normalidade após ataques israelenses que causaram ao menos duas mortes

Trânsito intenso era o habitual em uma manhã de sábado - início da semana iraniana -, os cidadãos dirigiam-se para o trabalho e os pais deixavam os filhos na escola

Pessoas caminham e dirigem em frente a um outdoor cobrindo a fachada de um prédio na praça Vali-Asr, em Teerã, em 26 de outubro de 2024 (Atta Kenare/AFP)

Pessoas caminham e dirigem em frente a um outdoor cobrindo a fachada de um prédio na praça Vali-Asr, em Teerã, em 26 de outubro de 2024 (Atta Kenare/AFP)

EFE
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 26 de outubro de 2024 às 09h46.

Teerã, 26 out (EFE) - O Irã vive neste sábado um dia de aparente normalidade após os ataques de Israel, durante a madrugada, que provocaram a morte de pelo menos dois militares, uma tranquilidade que o governo iraniano tenta destacar.

Se no início da manhã os céus de algumas áreas de Teerã estavam iluminados com explosões de projéteis interceptados pelas defesas aéreas, no início da manhã a capital oferecia uma imagem de normalidade.

O trânsito intenso era o habitual em uma manhã de sábado - início da semana iraniana -, os cidadãos dirigiam-se para o trabalho e os pais deixavam os filhos na escola.

“Tudo está normal. Já sabíamos que Israel iria atacar. Não foi uma surpresa. E como era de se esperar, o ataque ocorreu em bases militares”, disse à Agência EFE Ana, uma arquiteta de 39 anos.

“Acho que tudo isso é um jogo de fogos de artifício. Nem Israel nem o Irã querem entrar numa guerra direta”, acrescentou esta mulher que se dirigia para o trabalho e não ouviu as explosões da madrugada passada na capital.

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Quem os ouviu foi Fatemeh, funcionária de uma cafeteria no norte de Teerã.

“Ouvi as explosões ontem à noite”, mas não estou muito preocupada, diz ela no café onde trabalha, na zona norte da capital.

As meninas de uma escola localizada em frente ao café também não pareciam preocupadas, e de onde se ouviam os gritos de suas brincadeiras no recreio.

Nasrin, uma dona de casa de 26 anos, ficou assustada e sua casa tremeu devido às explosões que pareciam resultar da interceptação de projéteis por parte das defesas aéreas.

“Minha filha de 2 anos estava dormindo e acordou muito assustada e chorando”, disse à EFE.

“Aí vi que o ataque era contra bases militares e me acalmei. Levei minha filha para a creche e não há pânico nas ruas”, disse.

Tentativa de normalidade

Uma aparente normalidade que as autoridades iranianas e os meios de comunicação estatais tentaram repetidamente destacar após os ataques contra centros militares nas províncias de Teerã (norte), Khuzistão (sudoeste) e Ilam (sudeste).

“O país está em um estado normal e até os voos voltaram à sua rotina normal”, disse a porta-voz do governo iraniano, Fatemeh Mohajerani, em declarações divulgadas pela agência de notícias iraniana "Irna".

A televisão estatal "IRIB", entre outras, mostrou imagens de normalidade com veículos circulando de manhã cedo na capital e pessoas indo para o trabalho no primeiro dia da semana iraniana.

Mohajerani descreveu os danos causados ​​no ataque como “limitados”, algo que o Quartel-General da Defesa Aérea do Irã já fez.

“Embora nosso sistema de defesa aérea tenha interceptado e rebatido com sucesso os ataques, algumas áreas sofreram danos limitados”, relataram os militares.

Apesar disso, ao menos dois militares foram mortos nos ataques, disse o Exército iraniano, que não deu mais detalhes sobre suas mortes.

O ataque israelense é uma retaliação ao bombardeio do Irã em 1º de outubro com cerca de 180 mísseis, que por sua vez foi em resposta ao assassinato do líder do grupo xiita libanês Hezbollah, Hasan Nasrallah, em Beirute, e do líder da milícia palestina Hamas, Ismael Haniyeh, em Teerã, em julho, ambas as facções apoiado por Teerã.

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