Peregrinos muçulmanos durante o hajj, na cidade sagrada de Meca (Ahmad Masood/Reuters)
Da Redação
Publicado em 24 de setembro de 2015 às 16h36.
Teerã - O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, responsabilizou à Arábia Saudita pela morte de pelo menos 717 pessoas (várias de nacionalidade iraniana) em um tumulto nesta quinta-feira quando participavam da tradicional peregrinação religiosa muçulmana do "hajj" nos arredores da cidade saudita da Meca.
"O governo saudita está obrigado a assumir sua grande responsabilidade neste amargo incidente e cumprir com suas obrigações em conformida com o império da Justiça e da igualdade", disse Khamenei em mensagem divulgada em seu site.
Khamenei, clérigo xiita, apontou que "a má gestão e inapropriadas medidas" tomadas pelas autoridades sauditas "foram fatores que provocaram esta tragédia".
A máxima figura religiosa e política iraniana pediu aos representantes e autoridades do país que ponham toda sua capacidade e esforço em curar os feridos e em reconhecer os mortos de nacionalidade iraniana, assim como para ajudar os muçulmanos de outros países.
A televisão pública iraniana garante que pelo menos 125 iranianos morreram no incidente.
Além disso, também denunciou que as autoridades sauditas não permitiram ao Crescente Vermelho Iraniano se aproximar do lugar para ajudar.
Por fim, Khamenei expressou sua condolência às famílias dos peregrinos mortos e declarou "três dias de luto nacional" no país.
Não é a primeira vez que Khamenei critica as autoridades sauditas por sua gestão dos lugares santos muçulmanos.
Ontem mesmo, o líder supremo iraniano enviou uma mensagem aos peregrinos que cumprem o "hajj" na qual lembrou a responsabilidade e o fracasso das autoridades sauditas ao proteger a segurança de Meca após o acidente que no último dia 11 de setembro custou a vida de mais de 100 peregrinos após a queda de um guindaste na grande mesquita de Meca.