O Irã sinalizou no domingo que está pronto para reagir a sanções que ameaçam sua economia (Reuters)
Da Redação
Publicado em 20 de fevereiro de 2012 às 14h59.
Londres - O Irã luta para encontrar novos compradores para seu petróleo, antes da entrada em vigor, no início de julho, do embargo da União Europeia, disseram pessoas familiarizadas com a questão. Teerã está com problemas por causa das limitadas opções para pagamento de que dispõe, segundo essas fontes.
Com o embargo da UE a partir de 1ª de julho, o Irã deve ficar com cerca de 600 mil barris ao dia disponíveis. Porém, poucos compradores conseguem driblar as sanções internacionais ao Banco Central do Irã, e suas compras cobrem apenas uma parte das vendas perdidas com o embargo, disseram as fontes.
Uma delegação da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) chegou a Teerã no início desta segunda-feira para uma visita de dois dias, em busca de uma solução para a disputa em torno do programa nuclear do país, informou a agência ISNA. A visita é a segunda da AIEA ao país em três semanas, e é vista como um importante teste sobre o desejo iraniano de esclarecer suas atividades nucleares. Potências lideradas pelos EUA acusam o Irã de buscar secretamente armas nucleares, o que o país nega, garantindo ter apenas fins pacíficos.
O chefe da equipe de inspetores da AIEA, Herman Nackaerts, disse antes de embarcar em Viena que esperava "resultados concretos" dessa viagem. Segundo ele, porém, os progressos "podem demorar um pouco". Em novembro, um relatório da AIEA afirmou que o Irã realizava atividades que eram "relevantes para a produção" de armas nucleares. Desde a publicação desse texto, os EUA e a UE ampliaram as sanções contra o país persa. Além disso, teme-se que Israel possa lançar ataques militares contra instalações do programa atômico iraniano.
O Irã sinalizou no domingo que está pronto para reagir a sanções que ameaçam sua economia, ao anunciar que havia paralisado suas já limitadas vendas de petróleo à França e ao Reino Unido. Na semana passada, o país afirmou que retomaria o diálogo sobre seu programa nuclear com o grupo chamado "P5+1" - formado por EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha -, interrompido em janeiro de 2011. As informações são da Dow Jones.