Irã: as autoridades iranianas responderam assim à notícia publicada pela emissora americana "Fox News", que afirmou na quarta-feira que Teerã lançou um míssil terra-ar de curto alcance (Raheb Homavandi/Reuters)
EFE
Publicado em 9 de fevereiro de 2017 às 17h03.
Teerã - O ministro da Defesa do Irã, Hossein Dahqan, negou nesta quinta-feira que seu país tenha efetuado um novo teste de mísseis e denunciou que essas acusações dos Estados Unidos pretendem "promover a iranofobia".
Dehqan assegurou que essa informação é falsa e tem como objetivo "criar inimigos, fazer guerra psicológica e promover a iranofobia", segundo as declarações divulgadas pela agência oficial "Irna".
As autoridades iranianas responderam assim à notícia publicada pela emissora americana "Fox News", que afirmou na quarta-feira que Teerã lançou um míssil terra-ar de curto alcance tipo Mersad que caiu a cerca de 55 quilômetros de seu local de lançamento.
O ministro ressaltou que o citado teste "não ocorreu", mas que se tivesse sido realizado não seria do interesse dos Estados Unidos, pois o programa de mísseis do Irã é defensivo.
Dehqan acusou Israel de fabricar essa notícia e pediu aos países sunitas do Golfo, seus tradicionais rivais, que não se deixem influenciar por tais informações.
"A República Islâmica do Irã nunca foi nem será uma ameaça contra eles", acrescentou ministro da Defesa iraniano.
Segundo Dehqan, os EUA embarcaram nesta guerra psicológica para vender mais armas aos países da região.
O presidente iraniano, Hassan Rohani, também insistiu hoje que o Irã não pretende interferir em assuntos internos de outros países e que seu desenvolvimento militar tem apenas objetivos defensivos.
No fim de janeiro, o Irã testou um míssil balístico de médio alcance que explodiu após percorrer cerca de mil quilômetros, um movimento que provocou a convocação de uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU.
Após esse lançamento, os EUA impuseram sanções a 12 entidades e 13 indivíduos relacionados com o programa de mísseis balísticos do Irã, que, por sua vez, anunciou medidas recíprocas.
Teerã defende que esses testes não violam o acordo nuclear, assinado com o G5+1 (EUA, Rússia, China, Reino Unido, França, mais Alemanha) em julho de 2015, nem a resolução 2231 da ONU, que proíbe o Irã de realizar testes de mísseis com capacidade nuclear.