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Da Redação
Publicado em 26 de novembro de 2013 às 14h32.
Teerã - O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, afirmou nesta terça-feira que as discussões bilaterais com os Estados Unidos antes do acordo de domingo passado se limitaram à questão nuclear, excluindo uma eventual aproximação com Washington.
"Nossas discussões se limitaram à questão nuclear", disse Zarif, que liderou as negociações com as grandes potências do Grupo 5+1 (China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha) sobre o controverso programa nuclear de Teerã.
"As especulações sobre discussões sobre outras questões são completamente falsas e focamos apenas na questão nuclear", insistiu.
Os dois países romperam relações diplomáticas após a Revolução Islâmica de 1979, e todas as decisões relativas a contatos ou uma reaproximação com Washington continua a ser prerrogativa do líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei.
Zarif encontrou frente a frente o secretário de Estado americano, John Kerry, no final de setembro em Nova York, um primeiro contato direto histórico.
Os dois líderes passaram várias horas em negociações bilaterais à margem das negociações com o Grupo 5+1, em Genebra, em novembro.
"Nas discussões (bilaterais) à margem do 5+1 havia vários países, incluindo os Estados Unidos", declarou Zarif, questionado sobre a existência de reuniões secretas entre Teerã e Washington nos últimos meses, como revelado pelo site Al-Monitor, especializado em Oriente Médio.
"E nós afirmamos claramente que o Irã não tinha problemas em discutir com todas as partes (...) sobre a resolução da questão nuclear", acrescentou.
Após a assinatura do acordo, durante a madrugada de domingo, um alto funcionário americano confirmou que os Estados Unidos realizaram "um pequeno número de discussões bilaterais com o Irã desde a eleição do presidente Hassan Rohani" em junho. Essas discussões foram destinadas "a fortalecer as negociações no âmbito do G5+1", acrescentou.
De acordo com o Al-Monitor, citando autoridades anônimas dos Estados Unidos, as discussões começaram antes da eleição de Rohani.
Em seu discurso por ocasião do Ano Novo iraniano, em 21 de março, o aiatolá Khamenei indicou que os americanos haviam "enviado mensagens para iniciar um diálogo direto sobre a questão nuclear (...), à margem das negociações com o Grupo 5+1. Eu não sou otimista quanto a um tal diálogo (...), mas eu não me oponho".
Ali Akbar Salehi, ex-chefe da diplomacia (2010-2013), se recusou a comentar as revelações do Al-monitor.
O acordo provisório alcançado em Genebra, válido por seis meses, limita as atividades nucleares do Irã em troca de um levantamento parcial das sanções ocidentais. Ele deve conduzir a um acordo global dentro de um ano.
"No documento, fica claro que nosso objetivo final é eliminar todas as sanções da ONU, bem como as sanções bilaterais e unilaterais relacionadas com o programa nuclear do Irã", disse Zarif, observando que era pacífico.
"Desde a primeira até a última fase do acordo, o enriquecimento de urânio em solo iraniano irá continuar", reiterou.
A questão está no centro das preocupações dos ocidentais, que temem que o urânio enriquecido a 20% seja usado pelo Irã para obter urânio a 90%, de uso militar, apesar das negativas de Teerã.
O ministro iraniano também desejou celebrar um acordo global o mais breve possível. "Temos um ano, mas queremos ser ambiciosos e alcançar resultados em seis meses", disse ele.