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Irã nega ter atirado em manifestantes após derrubada de avião

Iranianos protestam pelo terceiro dia após o governo admitir que acertou aeronave ucraniana por engano, matando as 176 pessoas a bordo

Protestos no Irã: manifestantes fazem ato contra o governo após admissão de culpa em queda de avião que matou 176 pessoas (Nazanin Tabatabaee/WANA via/Reuters)

Protestos no Irã: manifestantes fazem ato contra o governo após admissão de culpa em queda de avião que matou 176 pessoas (Nazanin Tabatabaee/WANA via/Reuters)

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Reuters

Publicado em 13 de janeiro de 2020 às 08h46.

Última atualização em 13 de janeiro de 2020 às 08h47.

A polícia do Irã disse nesta segunda-feira que agentes não atiraram em manifestantes que tomaram as ruas para protestar pelo fato de os militares do país terem abatido por engano um avião de passageiros, após vídeos publicados nas redes sociais registrarem tiros e poças de sangue durante os protestos.

"Nos protestos, a polícia não atirou de forma nenhuma, porque os policiais da capital foram ordenados a mostrar comedimento", disse Hossein Rahimi, chefe de polícia de Teerã, em um comunicado publicado pelo site da emissora estatal.

Em um tuíte no domingo, o segundo dia de manifestações no Irã, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse às autoridades: "Não matem seus manifestantes". Os protestos em casa são o desdobramento mais recente de uma das escaladas mais desestabilizadoras entre os EUA e o Irã desde a revolução iraniana de 1979.

Teerã admitiu ter derrubado o avião ucraniano por engano, matando todas 176 pessoas a bordo, horas depois de ter disparado mísseis contra bases norte-americanas para retaliar o assassinato de seu líder militar mais poderoso em um ataque de drone ordenado por Trump.

A revolta pública iraniana, que cresceu enquanto o Irã negava insistentemente ter culpa pela queda do avião, irrompeu em protestos no sábado após a confissão dos militares. Os manifestantes voltaram às ruas no domingo e novamente nesta segunda-feira.

Vídeos publicados nas redes sociais na noite de domingo registraram tiros nas proximidades dos protestos na Praça Azadi de Teerã. Imagens mostraram sangue no solo, feridos sendo carregados e pessoas que pareciam serem seguranças correndo com armas.

Outras postagens mostraram batalhões de choque golpeando manifestantes com cassetetes enquanto pessoas próximas gritavam "Não batam neles!"

"Morte ao ditador", mostraram imagens de manifestantes, que circulam nas redes sociais, dirigindo sua revolta ao líder supremo, Ali Khamenei. "Eles estão mentindo que nosso inimigo é a América, nosso inimigo está bem aqui", bradava outro grupo diante de uma universidade de Teerã.

A Reuters não conseguiu autenticar as imagens de forma independente. A mídia filiada ao governo noticiou os protestos de sábado e domingo em Teerã e outras cidades, mas sem dar tais detalhes.

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