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Irã ironiza Trump e refuta alerta dos EUA sobre mísseis

O líder supremo do Irã conclamou seus compatriotas a participarem de manifestações na 6ª para mostrar que não têm medo das "ameaças" dos EUA

Khamenei: "Somos agradecidos (a Trump) por tornar nossa vida mais fácil, já que mostrou a verdadeira face da América" (Caren Firouz/Reuters)

Khamenei: "Somos agradecidos (a Trump) por tornar nossa vida mais fácil, já que mostrou a verdadeira face da América" (Caren Firouz/Reuters)

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Reuters

Publicado em 7 de fevereiro de 2017 às 16h25.

Dubai - O aiatolá Ali Khamenei desdenhou nesta terça-feira da decisão dos Estados Unidos de colocar o Irã "sob aviso" por causa de seus testes de mísseis e classificou o presidente Donald Trump de "verdadeira face" da corrupção norte-americana.

Em seu primeiro discurso desde a posse de Trump, o líder supremo do Irã conclamou seus compatriotas a participarem de manifestações na sexta-feira, aniversário da Revolução Islâmica de 1979, para mostrar que não têm medo das "ameaças" dos EUA.

"Somos agradecidos (a Trump) por tornar nossa vida mais fácil, já que mostrou a verdadeira face da América", disse Khamenei durante uma reunião de comandantes militares em Teerã, de acordo com seu site.

Trump reagiu a um teste de míssil iraniano em 29 de janeiro dizendo que "o Irã está brincando com fogo" e impondo novas sanções a indivíduos e entidades, alguns deles ligados à Guarda Revolucionária, força de elite do país.

A Casa Branca disse que o lançamento não foi uma violação direta do acordo nuclear de 2015 do Irã com seis potências mundiais, mas que "viola seu espírito".

O ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Javad Zarif, afirmou que o regime não irá renegociar o pacto, que Trump criticou insistentemente por vê-lo como um presente para a República Islâmica.

"Acredito que Trump irá forçar uma renegociação. Mas o Irã e países europeus não aceitarão isso", disse Zarif na edição desta terça-feira do diário Ettelaat. "Teremos dias difíceis pela frente".

Durante a campanha eleitoral, Trump prometeu reiteradamente rasgar o acordo nuclear. Embora o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, não o tenha pedido, sugeriu uma "revisão total" do entendimento.

Khamenei, a maior autoridade iraniana, disse que Trump confirmou "o que estamos dizendo há mais de 30 anos sobre a corrupção política, econômica, moral e social do sistema reinante nos EUA".

Analistas iranianos disseram que seus comentários foram relativamente contidos, já que não incluíram nenhuma ameaça de reagir militarmente.

"(Trump) diz 'vocês deveriam ter medo de mim'. Não! O povo iraniano irá responder às suas palavras em 10 de fevereiro e irá mostrar sua postura diante de tais ameaças", disse o aiatolá.

O presidente do Irã, Hassan Rouhani, apoiou o clamor de Khamenei para que a população se manifeste em todo o país na sexta-feira para "mostrar seus laços inquebrantáveis com o Líder Supremo e a República Islâmica".

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