Benjamin Netanyahu durante reunião semanal de gabinete em Jerusalém (©afp.com / Ronen Zvulun)
Da Redação
Publicado em 21 de fevereiro de 2013 às 23h07.
Jerusalém - Israel indicou, nesta quinta-feira, que o Irã "está mais perto do que nunca" da bomba atômica, após a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) anunciar que o governo iraniano começou a instalar centrífugas mais modernas em uma de suas zonas nucleares.
Em um comunicado, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, definiu como "grave" o documento da AIEA, pois o Irã agora "está mais perto do que nunca de obter material enriquecido para uma bomba atômica".
O documento "prova que o Irã continua avançando rapidamente em direção à linha vermelha que o primeiro-ministro traçou em seu discurso nas Nações Unidas", insistiu o comunicado.
Em seu discurso na Assembleia Geral da ONU em setembro de 2012, Netanyahu reivindicou a criação de uma "clara linha vermelha" para determinar até onde o Irã podia ir em termos nucleares sem desenvolver a bomba atômica.
Traçando com uma caneta vermelho uma linha sobre o desenho de uma bomba prestes a explodir, ele garantiu que o Irã dispunha até então de 70% do que seria necessário para o enriquecimento de urânio em nível militar e, que no verão, já teria condições de possuir o material requerido para fabricar uma primeira bomba.
Este tema será "o primeiro" que Netanyahu abordará com o presidente americano Barack Obama, que é esperado em Israel em março, segundo o comunicado.
Em um relatório publicado nesta quinta-feira, a AIEA apontou que o Irã começou a instalar centrífugas mais modernas, no início de fevereiro, em suas instalações de enriquecimento de urânio de Natanz.
O enriquecimento está no centro do conflito entre o Irã e as grandes potências, que suspeitam que o país pretende enriquecer urânio até 90%, nível necessário para fabricar uma bomba atômica, o que as autoridades iranianas desmentem.
O Irã afirmou que só pretende enriquecer para fins civis - até 5% para produzir eletricidade e 20% para alimentar seu laboratório de pesquisa nuclear - e reivindica seu direito de enriquecer urânio como signatário do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP).