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Irã espera do Ocidente a "lógica" que falta a Israel

Hassan Rohani afirmou, na saída de uma reunião do Conselho de Ministros em Teerã, que espera que as negociações com o G5+1 tenham "atitude e perspectiva"


	Hassan Rohani: "o único que está zangado e incomodado pelo curso das negociações é um regime de ocupação (Israel) que vê sua sobrevivência na invasão e na guerra"
 (Atta Kenare/AFP)

Hassan Rohani: "o único que está zangado e incomodado pelo curso das negociações é um regime de ocupação (Israel) que vê sua sobrevivência na invasão e na guerra" (Atta Kenare/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de março de 2015 às 14h18.

Teerã - O presidente do Irã, Hassan Rohani, indicou nesta quarta-feira que seu governo espera uma "lógica beneficente para a região e o mundo" dos países do grupo Grupo 5+1, com os quais negocia um acordo para o desenvolvimento de energia nuclear com fins pacíficos, e criticou os protestos do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

"O único que está zangado e incomodado pelo curso das negociações é um regime de ocupação (Israel) que vê sua sobrevivência na invasão e na guerra", assinalou Rohani em referência ao discurso de Netanyahu ontem no Congresso dos Estados Unidos, no qual o líder israelense rejeitou um acordo com o Irã.

Segundo o site da presidência iraniana, Rohani afirmou, na saída de uma reunião do Conselho de Ministros em Teerã, que espera que as negociações com o G5+1 (EUA, China, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha) tenham "atitude e perspectiva", considerando "os interesses de todos e a estabilidade regional".

"Estamos buscando um tipo de pacto que beneficie o Irã, a região e o mundo inteiro", indicou o presidente, assinalando que aceitará a transparência nas negociações, mas nunca cederá a um acordo que tente bloquear o desenvolvimento científico do país.

"As pessoas do mundo, além dos americanos, são muito mais inteligentes. Não vão confiar nos conselhos de um regime que tem uma longa reputação em causar conflitos e crises", disse Rohani em referência a Israel.

Rohani ressaltou que Israel obteve armas nucleares contrariando a lei internacional, se nega a assinar o Tratado de Não Proliferação, além de não permitir visitas da Agência Internacional de Energia Atômica em suas instalações.

O presidente iraniano indicou que o G5+1 sabe perfeitamente que só há duas opções no atual curso das negociações.

"Ou firmam um acordo com o Irã em um marco lógico e sob a lei internacional, quanto antes melhor, ou terão que negar os fatos e continuar com suas sanções, assistindo a um maior progresso do pacífico programa nuclear iraniano", acrescentou.

Netanyahu denunciou com veemência no Congresso Americano que um firmar um pacto com o Irã é uma opção ruim, destacando que o país "sempre será" um inimigo para os EUA e Israel.

O líder israelense acusou o Irã de ser genocida e querer a destruição do povo judeu.

O presidente dos EUA, Barack Obama, que não escutou o discurso e rejeitou se reunir com Netanyahu durante a visita em Washington dada a proximidade das eleições gerais em Israel, considerou que o primeiro-ministro não "alternativas viáveis" aos diálogos com o Irã.

O G5+1 junto com a União Europeia, mantêm negociações há mais de um ano sobre o conteúdo e o alcance do programa nuclear iraniano. O prazo para chegar a um consenso expira no final de junho, mas ambas as partes admitem que, para conseguir cumpri-lo, devem alcançar um acordo marco antes do fim de março.

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