Ahmadinejad: comunidade internacional suspeita do programa nuclear iraniano (Spencer Platt/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 30 de novembro de 2010 às 09h19.
Bruxelas - O Irã e a União Europeia retomarão o diálogo sobre o programa nuclear iraniano em Genebra, na Suíça, nas próximas segunda e terça-feira, como anunciou a porta-voz da Alta Representante da UE para a Política Externa, Catherine Ashton, nesta terça-feira.
O negociador-chefe iraniano, Saeed Jalili, aceitou a proposta de Catherine de se reunir em Genebra, revelou a porta-voz.
O acordo para a retomada do diálogo acontece após várias semanas de difíceis conversas entre o Executivo da UE e Teerã para definir a data, o lugar e o conteúdo das discussões, nas quais o Irã quer incluir outros assuntos além do nuclear.
"Nosso objetivo para as negociações é falar do programa nuclear iraniano", ressaltou a porta-voz europeia, Maja Kocijancic.
A Alta Representante da UE atua em nome do grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - Estados Unidos, Rússia, França, China e Reino Unido - mais a Alemanha).
A troca de mensagens para tentar retomar o diálogo começou em julho e em outubro Catherine propôs formalmente uma reunião com Jalili a partir de 15 de novembro, em Viena.
O Irã demorou a dar uma resposta e antes de aceitar a proposta, combinou por sua conta com o Governo da Turquia de realizar as reuniões em Istambul.
Teerã também solicitou que as discussões contassem com a participação de representantes do grupo 5+1 (algo que não acontecerá) e que fossem tratadas outras questões internacionais, além do programa atômico.
As conversas serão as primeiras em um ano, depois que em novembro de 2009 o Irã rejeitou a proposta dos EUA, Rússia e Reino Unido de trocar seu urânio enriquecido a 3,5% por combustível nuclear.
Boa parte da comunidade internacional, especialmente Estados Unidos e Israel, acredita que o programa nuclear civil do Irã oculta outro de caráter clandestino e alvos militares com o objetivo de conseguir armas atômicas, uma acusação que Teerã nega.