Turistas em Havana: o faturamento do turismo em Cuba aumentou 46% e o número de visitantes evoluiu em 39% (Yamil Lage/AFP)
Da Redação
Publicado em 12 de março de 2016 às 16h59.
Berlim - A aproximação de Irã e Cuba aos Estados Unidos e ao Ocidente, em geral, propicia um "boom" turístico em ambos os países, como pode ser percebido na Feira Internacional de Turismo (ITB) de Berlim, a maior do mundo.
O secretário-geral da Organização Mundial de Turismo (OMT), Taleb Rifai, se mostrou "otimista" sobre as perspectivas desta indústria em seu habitual encontro com a imprensa durante a ITB, que começou na quarta-feira e será encerrada amanhã.
Sobre o Irã, Rifai afirmou que "está no começo do que provavelmente será uma dos maiores altas da indústria do turismo", com a chegada de "milhões e milhões" de viajantes ao país.
Hossein Ramtin, da agência de turismo iraniana Marcopolo, comentou à Efe que o estande da empresa na ITB está recebendo "muitos" operadores e agências de viagens, o que "demonstra o enorme interesse de seus clientes".
"Vimos que o número de pedidos está aumentando e em alguns períodos já estamos realmente lotados", analisou.
O representante da agência iraniana Arg-E-Jadid, Shirin Hashemi Joo, explicou que "o Irã não recebeu muitos turistas" durante os últimos anos e que "houve um 'boom'" de viajantes estrangeiros interessados pela oferta histórica, cultural e natural do país.
"Os três primeiros dias da feira são só para visitantes especializados e nosso calendário de visitas esteve cheio. Dá para ver claramente que há mais demanda", acrescentou.
Em fevereiro do ano passado, o governo iraniano anunciou a compra de 118 aviões da fabricante europeia Airbus, o que dá uma ideia das estimativas das autoridades nacionais.
Diante dessas previsões, Rifai incentivou o setor turístico iraniano a levar em conta estas estimativas "para não ser transbordado" pelas reservas nos próximos anos.
Tanto Ramtin como Hashemi Joo concordaram que o Irã precisa construir novas infraestruturas turísticas para enfrentar esta demanda porque, embora invista com rapidez nos lugares mais visitados, ainda não é suficiente.
O secretário-geral da OMT também se sentiu "muito otimista a respeito de Cuba" e considerou que o "maior desafio" do país será "tramitar" a avalanche de viajantes internacionais.
"Se Cuba já era um destino atrativo, imagina agora", disse Rifai aos jornalistas.
O responsável pelo setor de Turismo da embaixada de Cuba na Alemanha, Gioacchino Cinquegrani, também presente na ITB, ressaltou em declarações à Efe que há um notável aumento das reservas.
"Há uma presença mais forte que o ano passado. Neste momento, Cuba é um destino muito procurado. Temos um crescimento muito alto. Claro que isso é a manifestação do interesse que há" revelou Cinquegrani, para ressaltar que até o momento o faturamento aumentou 46% e o número de visitantes evoluiu em 39%.
Cinquegrani explicou que nos mercados europeus há uma grande vontade em descobrir "a Cuba autêntica", a Cuba atual. Além disso, considerou possível que o setor turístico do país se beneficie de um certo desvio de viajantes, que optam por ir ao Caribe em vez de certos países da região mediterrânea que passam por instabilidade política, como Turquia, Tunísia e Egito.
A atual edição da ITB está dominada por questões como a ameaça do terrorismo internacional, as repercussões da crise dos refugiados e os riscos e oportunidades da revolução tecnológica.
A reunião empresarial, que celebra seu 50º aniversário, conta com mais de 10 mil expositores de 187 países e regiões, e espera receber mais de 100 mil visitantes e profissionais até o domingo.