Irã: exército do país respondeu ameaça de Trump e diz desacreditar em nova ação dos Estados Unidos (Sir Francis Canker Photography/Getty Images)
EFE
Publicado em 5 de janeiro de 2020 às 11h40.
Teerã - O Exército do Irã afirmou neste domingo que os Estados Unidos não ousarão atacar o território nacional depois que o presidente americano, Donald Trump, advertiu que identificou 52 alvos no país persa, enquanto o presidente do Parlamento, Ali Larijani, pediu para os EUA retirarem suas tropas do Oriente Médio.
"Em um possível conflito futuro, é improvável que eles ousem fazer isso e aí ficará determinado a que lugar pertencem esses números 5 e 2", disse o comandante geral do Exército Iraniano, Abdolrahim Mousavi.
A declaração do comandante geral é uma resposta a tweets publicados por Trump nos quais o chefe de governo dos EUA ameaça os iranianos em caso de retaliação ao ataque realizado por tropas americanos da última sexta-feira que vitimou, entre outros, o general Qasem Soleimani, comandante da Força Quds, divisão de elite da Guarda Revolucionária iraniana.
Segundo Mousavi, os americanos querem apenas lavar a própria imagem depois de terem cometido o que chamou de "ato desumano, que aos olhos da opinião internacional é injustificável".
Soleimani morreu na última sexta-feira perto de Bagdá em um ataque a drone dos EUA, que matou também o vice-presidente das Forças de Mobilização Popular (FMP), milícia iraquiana majoritariamente xiita, Abu Mahdi al-Muhandis, e outros integrantes do grupo.
O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, assim como os principais atores políticos e militares do país, juraram que vão vingar o assassinato do influente general, cujo funeral começou hoje no país persa e durará três dias.
Em resposta a essas ameaças, Trump afirmou ontem que identificou 52 alvos no Irã para responder "muito rapidamente" e "muito fortemente" a uma possível retaliação de Teerã.
Também neste domingo, o Ali Larijani declarou que o ataque na região de Bagdá colocou em perigo a segurança no Oriente Médio e a vida dos americanos que vivem na região e pediu uma saída imediata das tropas dos EUA.
"Antes de mais nada, é melhor segurarem seus chapéus e correrem", declarou Larijani em uma sessão parlamentar neste domingo, no dia em que o funeral de Soleimani começou no Irã.
O chefe do Parlamento considerou infundada a alegação do governo americano de que Soleimani foi morto porque estava preparando ataques contra as forças dos EUA na Síria, no Líbano e no Iraque.
"O povo americano e a Câmara dos Representantes devem saber que a alegação do presidente dos EUA é uma mentira para arrastar uma guerra e um crime terrorista", denunciou.
Por sua vez, o ministro de Relações Exteriores do Irã, Mohamad Yavad Zarif, foi mais comedido em suas palavras, mas também vê com bons olhos a retirada das tropas americanas.
"O fim da presença maligna dos Estados Unidos na Ásia Ocidental começou", escreveu o ministro. "Houve graves violações do direito internacional com os assassinatos covardes de sexta-feira", completou.