Chaminés da usina nuclear de Arak, ao sul de Teerã, no Irã (Majid Saeedi/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de junho de 2014 às 17h15.
Genebra/Dubai - O diálogo do Irã com seis potências a respeito de um acordo de longo prazo para conter seu programa nuclear em troca do fim das sanções poderá ser prorrogado por mais seis meses se não se chegar a um entendimento até 20 de julho, disse uma autoridade iraniana de alto escalão nesta segunda-feira.
A rodada de negociações de quatro meses encontrou dificuldades no mês passado, quando cada lado acusou o outro de fazer exigências impraticáveis, semeando dúvidas sobre as perspectivas de um avanço no mês que vem.
Autoridades ocidentais dizem que o Irã quer manter a capacidade de enriquecer urânio muito além do que é indicado para um programa de energia nuclear civil.
O governo iraniano diz querer evitar a dependência de fornecedores estrangeiros para seus reatores nucleares e rejeita as alegações de que almeja fabricar armas nucleares sob o disfarce de um programa de energia pacífico.
O vice-ministro das Relações Exteriores, Abbas Araqchi, falou de uma possível extensão do diálogo nos comentários que fez em Genebra à mídia iraniana, nos bastidores das reuniões com autoridades norte-americanas de alto escalão e com o vice-negociador-chefe da União Europeia.
“Esperamos chegar a um acordo final (até 20 de julho) mas, se isso não acontecer, não temos escolha a não ser ampliar o acordo de Genebra por mais seis meses enquanto continuamos a negociar”, declarou Araqchi, segundo a agência de notícias estatal iraniana Irna.
“Ainda é cedo demais para julgar se uma prorrogação será necessária. Ainda existe a esperança de que chegaremos a um acordo definitivo até o fim do prazo de seis meses, em 20 de julho”.
No sábado, os Estados Unidos disseram que irão enviar seu segundo diplomata mais graduado, o vice-secretário de Estado, Bill Burns, a Genebra para se reunir com uma delegação liderada por Araqchi.
Burns conduziu negociações secretas entre Irã e EUA que ajudaram a alcançar um acordo provisório entre Teerã e as grandes potências em 24 de novembro, apaziguando temores de uma guerra por conta da desavença.
A decisão dos EUA de viajar à Suíça e se encontrar com a delegação iraniana parece refletir um desejo de romper o impasse nas negociações em Viena.
Outra autoridade sênior do Irã, Takht Ravanchi, teria dito que suspender as sanções foi um dos temas discutidos nas conversas bilaterais.