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Irã diz que abandonará acordo nuclear se EUA deixarem pacto

Acordo é apoiado pelas outras grandes potências que o negociaram com o Irã e seu colapso pode desencadear uma corrida armamentista regional

Donald Trump: presidente americano está avaliando se o acordo atende aos interesses de segurança dos Estados Unidos (Kevin Lamarque/Reuters)

Donald Trump: presidente americano está avaliando se o acordo atende aos interesses de segurança dos Estados Unidos (Kevin Lamarque/Reuters)

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Reuters

Publicado em 28 de setembro de 2017 às 14h43.

Ancara - O Irã abandonará o acordo nuclear alcançado com seis grandes potências se os Estados Unidos decidirem se retirar do pacto, disse o ministro das Relações Exteriores à televisão Al Jazeera do Catar em Nova York.

O presidente norte-americano, Donald Trump, tem classificado o acordo de 2015 de "embaraçoso".

O acordo é apoiado pelas outras grandes potências que o negociaram com o Irã e seu colapso pode desencadear uma corrida armamentista regional e piorar as tensões no Oriente Médio.

"Se Washington decidir sair do acordo nuclear, o Irã também se retirará", postou a Al Jazeera no Twitter, citando o ministro.

"Washington estará em uma posição melhor se continuar comprometido com o acordo", escreveu a rede.

Trump está avaliando se o acordo atende aos interesses de segurança dos Estados Unidos. Ele tem até meados de outubro para certificar que o Irã está cumprindo o pacto.

Um funcionário do Departamento de Estado disse que Washington não comentaria todas as declarações de uma autoridade iraniana.

"Estamos totalmente empenhados em abordar a totalidade das ameaças iranianas e atividades malignas", disse a fonte norte-americana.

As autoridades iranianas disseram repetidamente que não seria Teerã quem primeiro violaria o acordo, segundo o qual o Irã concordou em restringir seu programa nuclear em troca da suspensão da maioria das sanções internacionais que haviam prejudicado sua economia.

A perspectiva de que Washington possa renunciar ao acordo tem preocupado alguns dos aliados dos EUA que ajudaram a negociá-lo. O presidente francês, Emmanuel Macron, disse na semana passada que não há alternativa para o acordo nuclear.

Se Trump, que chamou o acordo de "o pior acordo já negociado", não o recertifica até 16 de outubro, o Congresso tem 60 dias para decidir se deve reimpor as sanções suspensas nos termos do acordo.

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