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Irã convida vários países para visitar sítios nucleares, menos EUA e França

Ao reagir à notícia, o governo americano afirmou que o convite feito nada mais era do que uma "palhaçada"

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 4 de janeiro de 2011 às 19h04.

Teerã - O Irã convidou vários países, entre eles a China e a Rússia, menos os Estados Unidos e a França, a visitar suas instalações nucleares, anunciou nesta terça-feira o porta-voz das Relações Exteriores, Ramin Mehmanparasrt.

"A visita poderá acontecer antes da reunião de Istambul" (no final de janeiro entre o Irã e o grupo 5+1 sobre a questão tema nuclear), afirmou, acrescentando que o convite é "um novo sinal de boa vontade" do Irã e de cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Ao reagir à notícia, o governo americano afirmou que o convite feito nada mais era do que uma "palhaçada".

"Já vimos o Irã fazer essas palhaçadas", disse o porta-voz do departamento de Estado, Philip Crowley, à AFP.

"É uma tentativa de dispersar a atenção da falta de respeito do país em relação às obrigações para com a AIEA", acrescentou.

Segundo a imprensa, a carta-convite foi entregue pelo representante do Irã na AIEA, Ali Asghar Soltanieh.

A Hungria, um dos países convidados por Teerã a visitar os sítios de Natanz e de Arak nos dias 15 e 16 de janeiro, na qualidade de presidente da União Europeia, informou que conversaria com os demais membros sobre a questão.

Fontes diplomáticas próximas à AIEA também indicaram que o Irã convidou apenas dois países do Grupo 5+1 (China e Rússia), deixando, portanto, de fora os Estados Unidos, Alemanha, França e Grã-Bretanha.

A China confirmou nesta terça ter sido convidada.

"A China recebeu o convite do Irã e continuará seus contatos com o Irã a respeito", declarou, em Pequim, Hong Lei, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores.

Os países do grupo 5+1 e o Irã se reuniram em 6 e 7 de dezembro, em Genebra, para reiniciar negociações sobre a questão nuclear, estancadas há 14 meses, e decidiram reiniciar o diálogo no final de janeiro, em Istambul.

No final de dezembro, Ali Bagheri, adjunto de Said Jalili, negociador iraniano para o tema nuclear, declarou-se otimista quanto às negociações de Istambul, afirmando que "poderão abrir caminho para uma solução dos problemas".

Em junho, o Conselho de Segurança da ONU adotou uma nova resolução reforçando as sanções econômica contra o Irã para tentar convencer Teerã a suspender suas atividades nucleares sensíveis.

Os Estados Unidos, a União Europeia, Canadá, Austrália, Japão e Coreia do Sul adotaram depois suas próprias sanções.

Inúmeros países ocidentais suspeitam que Teerã tenta dotar-se de armas atômicas sob uma fachada de programa nuclear civil, o que o Irã nega formalmente.

Em 29 de dezembro, o ministro israelense das Relações Exteriores, Moshé Yaalon, afirmou que recentes dificuldades enfrentadas pelo programa nuclear iraniano atrasaram em vários anos a eventual obtenção por Teerã de uma bomba atômica.

"O programa nuclear iraniano enfrentou uma série de desafios tecnológicos, e por isso não foi bem-sucedido", assinalou Yaalon à rádio pública israelense.

"Estas dificuldades atrasaram o calendário", assinalou, sem dar maiores detalhes.

Teerã suspeita de que Israel esteve envolvido em um ataque informático com o vírus Stuxnet, que afetou várias centrífugas iranianas que produziam urânio enriquecido.

O Irã também acusa o Estado hebreu de ter realizado, em conjunto com os Estados Unidos, os atentados que causaram a morte, em novembro, de um funcionário do programa nuclear iraniano e feriram outro.

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