Irã: autoridades reconheceram que não têm capacidade para analisar as caixas pretas (Nazanin Tabatabaee/WANA/Reuters)
EFE
Publicado em 21 de janeiro de 2020 às 10h14.
Teerã — A Organização da Aviação Civil Iraniana confirmou que dois mísseis foram disparados contra o avião ucraniano abatido pelas Forças Amadas Iranianas no último dia 8, matando as 176 pessoas que estavam a bordo.
De acordo com um relatório preliminar da investigação publicado nas últimas horas, a derrubada da aeronave, um Boeing 737 da Ukraine International Airlines, se deveu ao lançamento de dois mísseis Tor-M1, mísseis de curto alcance terra-ar originalmente concebidos na União Soviética.
A possibilidade de que houvesse dois mísseis envolvidos no incidente e não apenas um já havia sido antecipada pelo jornal "The New York Times", que publicou um vídeo em que parece haver dois projéteis sendo disparados.
A análise das caixas pretas é essencial para esclarecer todas as causas do ocorrido, mas o Irã parece relutante em entregar os dispositivos e quer extrair os dados, enquanto a Ucrânia, a França e o Canadá pediram que lhes fossem enviados.
A esse respeito, o relatório da Organização da Aviação Civil do Irã reconheceu que não têm capacidade para analisar as caixas pretas no país e, portanto, pediu a outras nações que enviassem o equipamento necessário para realizar a restauração e extração de informação em um curto período de tempo.
O pedido foi feito aos organismos de investigação de acidentes na França e nos EUA, mas, de acordo com a nota, ainda não houve uma resposta positiva.
Após o incidente do voo PS752, as autoridades iranianas negaram por três dias que se tratava de um abate, até que as Forças Armadas admitiram que derrubaram o avião por engano, confundindo-o com um míssil de cruzeiro.