Sede e logo da AIEA em Viena, Áustria: em maio, o relatório da AIEA falava em 17.600 centrífugas instaladas (Joe Klamar/AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de agosto de 2013 às 17h26.
O Irã possui cerca de 18 mil centrífugas, das quais mais de 10 mil estão em atividade, declarou neste sábado o chefe da Organização Iraniana de Energia Atômica (OIEA), Fereydun Abbassi Davani, confirmando os números da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
"No início do mês de Mordad (23 de julho), nós possuíamos 17 mil centrífugas de primeira geração, sendo que mais de 10 mil estão em atividade, e sete mil, prontas para entrar em atividade", declarou Abbassi Davani, citado pela agência de notícias Isna.
A declaração foi dada na posse de Ali Akbar Salehi, nomeado pelo novo presidente iraniano, Hassan Rohani, para dirigir a OIEA. Segundo Salehi, o presidente "estará pessoalmente encarregado da questão nuclear".
"Cerca de mil centrífugas de segunda geração também foram instaladas e estão prontas para entrar em atividade", completou.
Em maio, o relatório da AIEA falava em 17.600 centrífugas instaladas, das quais 16.590 seriam de primeira geração, e mil, de segunda.
O governo iraniano alega que seu enriquecimento de urânio a 5% e a 20% tem fins exclusivamente pacíficos. Israel, considerada a única potência nuclear da região, e os países ocidentais acusam o Irã de estar desenvolvendo armas atômicas, sob o disfarce de um programa nuclear civil.
Em 7 de agosto, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que o Irã utilizava sete mil novas centrífugas para seu programme nuclear, sendo pelo menos mil de um tipo novo. Nesse sentido, o premier pediu um reforço das sanções, evocando "ameaças explícitas de operações militares" para pressionar o Irã.
Em 14 de julho, Netanyahu advertiu em uma entrevista a uma televisão americana que Israel poderá intervir militarmente, antes dos EUA, contra o programa nuclear iraniano. O premier israelense também chamou o novo presidente Rohani de "lobo em pele de cordeiro".
Na semana passada, Rohani destacou a vontade do governo iraniano de realizar "negociações sérias sem perda de tempo" com as grandes potências, para resolver a questão nuclear. Ele ressaltou, contudo, que o Irã não cederá em seus "direitos inegáveis" em matéria nuclear, sobretudo, no que diz respeito ao enriquecimento de urânio.
Entre 2003 e 2005, quando Rohani negociava com as grandes potências sobre o programa nuclear, ele chegou a aceitar a suspensão do programa de enriquecimento e a aplicação do protocolo adicional, que permitiria vistorias-surpresa do programa.