Sede e logo da AIEA em Viena, Áustria: o Irã assegura que enriquece urânio apenas para fins pacíficos (Joe Klamar/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2013 às 11h41.
Teerã - O diretor da Organização Iraniana de Energia Nuclear (OIEA), Fereydoun Abbasi Davani, confirmou nesta quarta-feira o início da instalação de centrífugas de última geração nas instalações de enriquecimento de urânio em Natanz, no centro do Irã.
Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que monitora as atividades nucleares iranianas, o Irã informou em uma carta datada de 23 de janeiro desta modernização, que foi denunciada por grandes potências e Israel.
"A instalação de novas centrífugas começou há um mês, em Natanz, e continua", declarou Abbasi Davani, citado por vários meios de comunicação locais, enquanto a delegação da AIEA visita o Irã.
"Conseguimos dominar a tecnologia para a fabricação de materiais compósitos e fomos capazes de fabricar peças da nova geração de centrífugas com este material", explicou.
Segundo ele, essas novas centrífugas, mais poderosas, "destinam-se ao enriquecimento de 5% e não têm nenhum uso para o enriquecimento a 20%".
O Irã assegura que enriquece urânio apenas para fins pacíficos, até uma pureza de 5% para a produção de eletricidade, ou até 20% para alimentar um reator de pesquisa médica. Mas as grandes potências temem que o país pode enriquecer até 90%, o nível necessário para fazer uma arma nuclear.
De acordo com a AIEA, o Irã explicou em sua carta que "centrífugas modelo IR2m vão ser utilizadas na unidade A-22" de Natanz, onde o Irã enriquece urânio essencialmente até 5% com antigas centrífugas do tipo IV-1, mais lenta do que as IR2m.
Em seu último relatório, em novembro de 2012, a Agência afirmou que Natanz abrigava 8.856 centrífugas IR-1 em atividade de enriquecimento a 5%, e 328 para o enriquecimento a 20%.
O Irã é alvo de várias sanções internacionais que visam nomeadamente o seu programa de enriquecimento de urânio. As grandes potências suspeitam que Teerã tenta desenvolver bombas atômicas sob a cobertura de um programa nuclear civil, o que o Irã nega.