Bandeira dos EUA: para o Irã, o país mantém uma política baseada na dependência das armas de destruição em massa e ignora os pedidos internacionais para o desarmamento (Jonathan Ferrey/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 8 de dezembro de 2012 às 12h28.
Teerã - O Irã condenou neste sábado um teste nuclear subcrítico (em que a reatividade é negativa) efetuado recentemente pelos Estados Unidos, que acusou de ameaçar a paz e a estabilidade internacionais, informaram hoje os veículos de imprensa iranianos.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Rahmin Mehmanparast, disse que o teste é um fato que "demonstra a hipocrisia dos EUA quanto ao desarmamento nuclear", segundo a televisão iraniana em língua inglesa, "PressTV".
Para ele, os EUA mantêm uma "política baseada na dependência das armas de destruição em massa e ignoram os pedidos internacionais para o desarmamento nuclear total".
Mehmanparast voltou a criticar a recente decisão americana de cancelar a conferência internacional sobre a proibição de armas nucleares no Oriente Médio, que atribuiu a uma tentativa de Washington de defender o arsenal nuclear não declarado de Israel, e descreveu a postura americana como "política de dois pesos e duas medidas".
O porta-voz da diplomacia de Teerã declarou que o Irã é "um país vítima das armas de destruição em massa" e, por isso, "se esforçará para a criação de um mundo livre desse tipo de armas e para a instauração de uma paz permanente".
A Administração Nacional de Segurança Nuclear (NNSA) dos EUA anunciou que, em 5 de dezembro, havia realizado com sucesso um "experimento subcrítico" nuclear, denominado "Pollux", o 27º do tipo que o órgão realiza.
O teste, segundo a NNSA, foi feito para "reunir dados científicos para obter informação crucial para manter a segurança e efetividade das armas nucleares do país".
Em 26 de novembro, o Irã criticou os Estados Unidos por cancelar a conferência para a proibição das armas atômicas no Oriente Médio, que devia ter acontecido este mês em Helsinque, e o considerou uma violação do Tratado de Não-Proliferação (TNP) nuclear.
Washington, que patrocinava a conferência de Helsinque junto à Rússia e ao Reino Unido, decidiu adiá-la devido à tensão na região, o que foi interpretado pelos países da área como um modo de evitar que a reunião fosse utilizada para criticar Israel, único país do Oriente Médio com armamento nuclear não declarado.
Estados Unidos e Israel ameaçaram o Irã com possíveis ataques militares para frear seu programa nuclear, que diversos governos, liderados por Washington, suspeitam que poderia ter uma vertente armamentista.
Teerã respondeu que seu programa atômico é exclusivamente civil e pacífico e assegurou, ainda, que em caso de agressão, responderá de maneira arrasadora.