Jornalista Khashoggi foi visto com vida pela última vez em 2 de outubro (Osman Orsal/Reuters)
EFE
Publicado em 21 de novembro de 2018 às 08h01.
Última atualização em 21 de novembro de 2018 às 08h02.
Teerã - O ministro de Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, qualificou como "vergonhosa" a posição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi.
Trump argumentou ontem que a relação econômica e estratégica com a Arábia Saudita é mais importante que a questão de se a cúpula do reino esteve por trás do crime, cometido no último mês de outubro no consulado saudita de Istambul.
"O senhor Trump dedica estranhamente o primeiro parágrafo da sua vergonhosa declaração sobre as atrocidades da Arábia Saudita a acusar o Irã de todo tipo de atividade ilícita na qual se possa pensar", escreveu Zarif ontem à noite em sua conta no Twitter.
Mr. Trump bizarrely devotes the FIRST paragraph of his shameful statement on Saudi atrocities to accuse IRAN of every sort of malfeasance he can think of. Perhaps we’re also responsible for the California fires, because we didn’t help rake the forests— just like the Finns do?
— Javad Zarif (@JZarif) November 20, 2018
O chefe da diplomacia iraniana ridicularizou este enfoque de Trump dizendo que "talvez" os iranianos, por não ajudar a "capinar as florestas", também sejam responsáveis pelos incêndios da Califórnia, que em duas semanas deixaram mais de 80 mortos e centenas de desaparecidos.
Trump começou seu comunicado com uma menção ao seu lema "Estados Unidos em primeiro", seguido de uma advertência de que "o mundo é um lugar muito perigoso" e de uma crítica sobre as atividades "sangrentas" do Irã no Oriente Médio.
Tanto o presidente americano como o seu secretário de Estado, Mike Pompeo, insistiram na necessidade de manter a aliança estratégica com a Arábia Saudita diante da ameaça representada pelo Irã.
Os EUA se retiraram em maio deste ano do acordo nuclear multilateral de 2015 com o Irã e voltaram a impor sanções ao país persa com o suposto objetivo de limitar os programas armamentísticos de Teerã e a sua influência no Oriente Médio.