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Irã ameaça enriquecer urânio em Fordow caso acordo nuclear termine

Os países signatários tentam salvar o acordo nuclear de 2015 que está enfraquecido desde a saída dos Estados Unidos

O Irã tem duas grandes instalações de enriquecimento, em Natanz e em Fordow (Agência Tima/Reuters)

O Irã tem duas grandes instalações de enriquecimento, em Natanz e em Fordow (Agência Tima/Reuters)

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Reuters

Publicado em 13 de junho de 2018 às 13h44.

Beirute - O Irã começará a enriquecer urânio em sua usina de Fordow e instalará novos equipamentos nucleares nas instalações em Natanz caso se retire do acordo nuclear com grandes potências mundiais, disse o porta-voz da Organização de Energia Atômica do Irã.

O destino do acordo nuclear de 2015 não está claro depois que os Estados Unidos se retiraram. Os outros países signatários --Rússia, China, Alemanha, Reino Unido e França-- estão tentando preservar o acordo, que impôs limitações ao programa nuclear iraniano em troca de suspender algumas sanções econômicas.

O Irã tem duas grandes instalações de enriquecimento, em Natanz e em Fordow. Boa parte de Natanz é subterrânea e Fordow fica dentro de uma montanha.

O porta-voz da agência atômica iranina Behrouz Kamalvandi disse em uma entrevista publicada na quarta-feira que novos trabalhos começariam no programa nuclear sob as ordens do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei. Ele não especificou quais tipos de novos equipamentos podem ser instalados em Natanz.

"No momento o líder supremo ordenou que os programas continuem dentro dos parâmetros do acordo nuclear", disse Kamalvandi ao Clube de Jovens Jornalistas em uma entrevista.

"E quando ele der a ordem, anunciaremos os programas para operar fora do acordo nuclear para reviver Fordow", acrescentou.

Ali Akbar Salehi, diretor do agência, anunciou na semana passada que o Irã havia começado a trabalhar em uma instalação para construir centrífugas avançadas em Natanz.

O anúncio pareceu, pelo menos em parte, como uma tentativa de pressionar os demais signatários a preservarem o acordo de 2015.

Kamalvandi acusou os Estados Unidos e outros países ocidentais de estabelecerem padrões diferentes ao condenarem o programa nuclear do Irã, que segundo ele é puramente pacífico, enquanto aceitam o programa de armas nucleares do inimigo de Teerã, Israel.

"O Ocidente não critica o regime sionista e até o ajuda", disse Kamalvandi na entrevista. "Sem ajuda do Ocidente e dos EUA este regime nunca poderia ter obtido armas nucleares."

Acredita-se amplamente que Israel seja a única potência nuclear do Oriente Médio. Israel nunca confirmou ou negou se tem mesmo um arsenal nuclear.

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