Irã: O pacto, assinado em 2015 por EUA, China, Rússia, Reino Unido, França, Alemanha e Irã, limita as capacidades atômicas iranianas (STR/Reuters)
EFE
Publicado em 5 de agosto de 2017 às 09h31.
Teerã - O ministro de Relações Exteriores do Irã, Mohamad Yavad Zarif, advertiu neste sábado, em uma reunião com a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, sobre as tentativas dos Estados Unidos de eliminar o acordo nuclear.
"O presidente dos EUA, Donald Trump, tenta eliminar o JCPOA (Plano Integral de Ação Conjunta). A Europa deve estar atenta", disse Zarif, segundo a agência estatal de notícias iraniana "Irna".
O pacto, assinado em 2015 por EUA, China, Rússia, Reino Unido, França, Alemanha e Irã, limita as capacidades atômicas iranianas a seu alcance e sua duração, em troca da suspensão das sanções internacionais contra eles.
Washington impôs na semana passada novas sanções contra Teerã por seu programa armamentístico e seu apoio a grupos xiitas como o Hezbollah, o que o Irã considera uma violação do acordo nuclear.
O ministro iraniano reiterou que o governo americano tenta impedir que o Irã se beneficie do pacto, o que é uma violação do mesmo. Ele também criticou França, Alemanha e Reino Unido por se unirem à condenação dos EUA ao recente lançamento, por parte do Irã, de um míssil portador do satélite Simorq.
Por sua vez, Mogherini afirmou que a implementação do JCPOA beneficia tanto o Irã como a comunidade internacional e que a União Europeia (UE) apoia firmemente o acordo.
"A postura da UE sobre o tema é bem clara", frisou Mogherini, que pediu a todas as partes para adotar medidas "prudentes e proporcionais".
Zarif e Mogherini também debateram a cooperação entre o Irã e a UE e assuntos regionais como os conflitos na Síria e no Iêmen, além da crise diplomática no golfo Pérsico.
A alta representante da UE para Assuntos Exteriores participará hoje da cerimônia de posse do presidente iraniano, Hassan Rohani, reeleito em maio com 57% dos votos.
Rohani disse na última quarta-feira que seu país dará uma resposta adequada e resistirá à decisão dos EUA de aumentar as sanções contra o Irã pelo programa de mísseis. EFE