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Irã acusa EUA de impedirem chegada de ajuda humanitária ao país

Sanções impostas por Trump ao país afetam o sistema bancário e dificulta transferência de dinheiro

Presidente do Irã, Hassan Rouhani, durante coletiva de imprensa em Nova York (Arquivo) (Brendan Mcdermid/ Reuters/Reuters)

Presidente do Irã, Hassan Rouhani, durante coletiva de imprensa em Nova York (Arquivo) (Brendan Mcdermid/ Reuters/Reuters)

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EFE

Publicado em 3 de abril de 2019 às 11h07.

Teerã — O presidente do Irã, Hassan Rohani, acusou nesta quarta-feira, 3, os Estados Unidos de impedirem com suas sanções econômicas a chegada de ajuda humanitária para aliviar a crise causada pelas inundações "sem precedentes" no país.

"Aqueles que não deixaram que os iranianos que vivem fora do país enviassem ajuda a seu próprio povo deveriam se sentir envergonhados", ressaltou Rohani em discurso publicado em seu site oficial.

O líder elogiou a coordenação entre o governo, o povo e as Forças Armadas para fazer frente "às questões relacionados com inundações em 25 províncias, algo inédito da história do Irã".

"Os inimigos da nação iraniana definitivamente verão como reconstruiremos o nosso país", afirmou, após as inundações das últimas duas semanas terem deixado mais de 40 mortos e uma grande destruição no Irã.

As sanções impostas no ano passado por Washington contra o Irã após os EUA se retirarem do acordo nuclear multilateral de 2015 afetam o sistema bancário, além da vários setores, o que dificulta qualquer tipo de transferência em dinheiro, inclusive para o Crescente Vermelho iraniano.

"Como afirmou o presidente do ICRC (Comitê Internacional da Cruz Vermelha), o Crescente Vermelho iraniano não pode receber fundos devido às sanções ilegais dos EUA", tuitou ontem à noite o chefe da diplomacia do Irã, Mohamad Yavad Zarif, que qualificou a política americana de "terrorismo econômico".

Por sua vez, o diretor do Crescente Vermelho iraniano, Ali Asghar Peyvandi, confirmou que as contas da organização com código SWIFT foram bloqueadas.

As sanções americanas não deveriam afetar as ajudas humanitárias, mas na prática as ONGs internacionais que trabalham no Irã e inclusive as agências das Nações Unidas estão tendo problemas para implementar seus projetos diante do bloqueio à chegada de fundos.

De fato, a ONU exigiu que as ajudas humanitárias fossem excluídas das sanções, segundo disse a chefe de gabinete do secretário-geral das Nações Unidas, Maria Luiza Ribeiro Viotti, à delegação iraniana na organização.

As recentes inundações afetaram tanto províncias do norte como do sul, centro e oeste do Irã, forçando a evacuação de várias localidades e causando prejuízos milionários, principalmente nas regiões de Golestão e Cuzistão. EFE

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