Jornalistas: o comunicado lembra o assassinato do jornalista Paulo Rocaro, que foi morto pelas mãos de pistoleiros em abril de 2012 (Said Khatib/AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de fevereiro de 2013 às 13h55.
Viena - O Instituto Internacional de Imprensa (IPI, na sigla em inglês) anunciou nesta segunda-feira que defende a aprovação de uma lei para frear a violência contra jornalistas no Brasil ao facilitar a perseguição jurídica dos autores desses crimes.
"A impunidade está alimentando um círculo de violência contra os poucos repórteres que se atrevem a tocar em temas delicados como o tráfico de drogas e a corrupção", declarou Anthony Mills, subdiretor do citado instituto, que possui sede em Viena.
Para Mills, citado pelo IPI em comunicado, "é preocupante que, enquanto os números de assassinatos de jornalistas aumentam, o valor e a habilidade de se fazer justiça diminui".
Desta forma, o IPI exige ao Congresso e ao Governo brasileiro que adotem medidas eficazes para frear a violência em direção aos jornalistas e à imprensa como um todo.
"Pedimos ao Congresso brasileiro que aprove um projeto de lei capaz de dar a competência necessária às autoridades federais em investigações onde a Polícia do Estado não teve êxito", acrescentou Mills na nota.
Como exemplo, o comunicado lembra o assassinato do jornalista Paulo Rocaro, que foi morto pelas mãos de pistoleiros em abril de 2012, o qual ainda não foi esclarecido por causa dos espaços jurídicos entre as policiais militar, civil e federal. Além disso, um dos agentes que averiguava esse caso também foi assassinado.
O instituto, uma espécie de rede internacional de proprietários e diretores de veículos de comunicação, denuncia a fragilidade da imprensa diante das frequentes agressões aos jornalistas, um fator que contribui para que o Brasil, com 11 jornalistas assassinados desde 2011 por razões vinculadas a seu oficio, seja o segundo país mais perigoso do mundo para esses profissionais, ficando atrás somente do México.