Recentemente, três bolsas de valores aderiram aos Princípios do Investimento Responsável da ONU: São Paulo, Johannesburgo e Istambul. (.)
Vanessa Barbosa
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.
São Paulo - Os fundos de investimentos que atendem aos Princípios para o Investimento Responsável (PRI, na sigla em inglês), iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) para estimular critérios de sustentabilidade entre instituições financeiras, já movimentam 20 trilhões de dólares em recursos em todo o mundo.
"Há um movimento forte, entre bancos e bolsas de valores, de aplicar critérios socioambientais na análise dos investimentos. Isso crescerá nos próximos anos", afirmou, ao jornal O Estado de S.Paulo, o secretário-adjunto da Federação Mundial de Bolsas, Peter Clifford. Ele participou de uma reunião do órgão sediada na BM&FBovespa, na última semana, em São Paulo.
Um dos focos do encontro, que reuniu representantes de 30 bolsas diferentes, foi como o mercado pode incorporar os critérios de sustentabilidade na negociação de ações.
"O vazamento de petróleo no Golfo do México derrubou o valor das ações da BP. Isso é um exemplo de que o mercado responde imediatamente aos impactos ambientais", exemplificou Clifford.
Recentemente, três bolsas de valores aderiram aos Princípios do Investimento Responsável da ONU: São Paulo, Johannesburgo e Istambul.
Segundo o professor de economia do Instituto de Ensino e Pesquisa Insper, José Luiz Rossi, as companhias que adotam as chamadas práticas sustentáveis contam com melhor avaliação para investimento em relação a concorrentes que não o fazem.
De acordo com o especialista, empresas que fabricam produtos sustentáveis ou empreendem ações de caráter ambiental e social tendem a ser cada vez mais valorizadas pelos consumidores, aumentando a demanda pelas suas mercadorias, melhorando seus resultados e, consequentemente o retorno aos acionistas.