O presidente da Argentina: as autoridades indicadas para combater a corrupção pressionam para investigar a malversação durante a presidência de Cristina Kirchner (Elza Fiuza/ Agência Brasil/Fotos Públicas)
Da Redação
Publicado em 9 de maio de 2016 às 13h43.
Buenos Aires - Um inquérito judicial sobre possíveis práticas de corrupção durante os dois mandatos da ex-presidente argentina Cristina Kirchner também está ameaçando o novo governo, já que alguns dos aliados do mandatário Mauricio Macri estão sendo investigados.
Macri, político de centro-direita, assumiu como presidente em dezembro prometendo acabar com a corrupção e implementar reformas econômicas pró-mercado e abrangentes. As investigações já levaram à prisão de um aliado de Cristina e obrigaram a ex-líder a comparecer aos tribunais para ser interrogada. Mas agora surgem questionamentos sobre pessoas próximas de Macri, o que pode prejudicar sua imagem.
A Iecsa, uma empreiteira que é parte do império da família Macri e é controlada por seu primo, Ángel Calcaterra, é uma das quase 100 empresas da Argentina investigadas na operação Lava Jato no Brasil, disse à Reuters uma fonte do judiciário argentino a par do caso.
A fonte não deu detalhes sobre o caso da Iecsa, mas a Lava Jato tem se concentrado no pagamento de propinas e outras irregularidades em contratos superfaturados da Petrobras.
Uma fonte próxima da Iecsa disse que a construtora "jamais foi notificada de nenhuma investigação".
Autoridades governamentais recém-indicadas por Macri para combater a lavagem de dinheiro e a corrupção estão pressionando para investigar a malversação durante a presidência de Cristina Kirchner.
Elas vêm encorajando delações e oferecido punições mais brandas para infratores em troca de informação.
Macri tem mantido distância das investigações.
"Irei permitir, ficar longe e trabalhar com elas quando necessário, mas a justiça tem que trabalhar de maneira independente", disse Macri nesta semana.